terça-feira, 15 de setembro de 2009

O submarino francês nas águas do Jequitinhonha III

. Revoltado com tamanha pletora dos gastos em relação à pobreza da região do Vale do Jequitinhonha, o médico e sociólogo Domício Beltrão, andarilho por aquelas brenhas em pesquisas para sua tese de mestrado, ironicamente, sugeriu aos vereadores do Vale um passeio no rio Jequitinhonha a bordo do submarino francês, mergulhado em suas águas e areias brancas de ontem, hoje poluídas. Sua ironia soa como protesto contra a miséria ali imperante. A reação do médico Domício Beltrão reflete o estado de alma das populações da região do “rio das areias brancas”, que ele conhece profundamente por sua longa e atenta permanência na área. O que de mais grave existe nesta precipitação de nítido cunho eleitoral, em concentrar em torno de projeto faraônico de exploração das camadas profundas do Atlântico 40 bilhões de reais, é a justificativa de que o Brasil está à véspera de sua segunda independência. Frase típica de mitômano boquirroto, sustentado por custosa publicidade, paga com o dinheiro do contribuinte. Percorram as vielas das pobres cidades do setentrião e nordeste mineiro, caminhem pela ressequida zona rural, passem pelas portas dos desaparelhados hospitais e clínicas e compreenderão o porquê da revolta refletida na ironia do médico.

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