domingo, 13 de dezembro de 2009

A rinocerontização do Brasil II

. E a natureza não os premiou com atributos de beleza. É uma crítica genial contra o estado de rinocerontização em que estão envolvidas muitas sociedades modernas, povoada de rinocerontes representados pela adesão consciente ou inconsciente à permuta do belo pelo feio, do culto pelo inculto, do lícito pelo ilícito, do justo pelo injusto, do moral pelo imoral, do correto pelo incorreto, enfim, a distorção a todos envolvendo a ponto de não ser mais possível ou até mesmo razoável a reação. Cada leitor encontrará em seu pequeno mundo crescente volume de rinocerontes expostos no dia-a-dia nas manchetes jornalísticas da corrupção no setor público, no aumento das tarifas e dos impostos, na constante ameaça figurada na lesão de seus direitos pelas concessionárias de serviços. Outros tantos rinocerontes passeiam pelas ruas à vista de todos, merecendo exclamações como aquelas da peça teatral do autor romeno: "Olhe os rinocerontes; veja como são belos".

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