domingo, 8 de junho de 2008

As lições do menino soletrador I

O episódio televisivo em que o principal personagem foi o jovem padre-paraisense ÉDER CARLOS COIMBRA está carregado de expressivas e belas lições. Se do justificado orgulho que dominou o coração de seus conterrâneos, que fez explodir em manifestações públicas de contentamento e alegria pelo sucesso do jovem estudante, podendo levantar suas cabeças e reivindicá-lo coletivamente, não menos verdade é que o êxito aplaudido por todo o país resultou de inaudito esforço individual, em meio sabidamente carente num quadro de problemas educacionais agudos, encontrado não apenas em Padre Paraíso, mas em todo o Brasil. Com apenas 14 anos de idade, cursando a sétima série do ensino fundamental, o jovem Éder Carlos Coimbra demonstrou admirável força de vontade e desejo de sobrepor-se aos obstáculos que sua privilegiada inteligência identificou nos primeiros anos escolares. Embora a Escola Municipal Ramiro Caíres, de que é aluno, não esteja incluída no rol daqueles estabelecimentos pouco cuidadosos com o ensino e a educação, ao se debruçar sobre os livros e, em especial, os dicionários equivocadamente apelidado de “pai dos burros” , quando em verdade os léxicos são a mãe da sabedoria e da cultura, o jovem Eder sentiu que caberia tão somente aos seus esforços superar os óbices de uma estrutura fragilizada pelo abandono governamental.

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