domingo, 18 de janeiro de 2009

Apenas para recordar a quem morou no interior

GAMELEIRA VELHA - Gonzaga Medeiros

Gameleira velha
na beira do caminho
juntinho ao ribeirão,
servindo de pousada,
um luxo de morada, quase mansão.

Teto dos viandantes,
leito dos amantes,
a cama enluarada
de loucas paixões.

Velha gameleira,
nobre alcoviteira
de sussurros conjugados,
os galhos balançando
feito leques abanando
o calor dos beijos dados.

Em madrugada plena
sob o clarão da lua,
a velha gameleira é alcova.
Cúmplice, alcovita
encontros escondidos
na sombra da lua nova.

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