terça-feira, 16 de junho de 2009

Um soneto de Raul de Leoni destinado a todos que estão às portas do outono

"Quando fores sentindo que o fulgor
de teu ser se corrompe e a adolescência
do teu gênio desmaia e perde a cor
entre penumbras e deliquescência,

Faze a tua sagrada penitência,
fecha-te num silêncio superior,
mas não mostres a tua decadência
ao mundo que assistiu teu esplendor.

Foge de tudo para o teu nadir.
Poupa ao prazer dos homens o teu drama
Que é mesmo triste para os olhos ver

e assistir, sobre o mesmo panorama,
a alegria matinal subir
e a ronda dos crepúsculos descer."

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