domingo, 4 de maio de 2008

Retrato do aleijão III

O mal começou a aparecer desde o momento em que o Presidente Geisel, homem incorruptível, teve a infeliz idéia de implantar o sistema de remuneração de vereadores, até então uma atividade exercida em forma de voluntariado e, por isto mesmo, capaz de recrutar a seu serviço o que de melhor havia nas pequenas comunidades e vilarejos. A partir daí e vitimadas pela metástase da corrupção que infecciona o organismo nacional, as edilidades entregaram-se à prática de abusos diversificados, desde a majoração de subsídios à gastança resultante da manutenção das verbas, apesar da redução do número de vereadores. Foi o que se viu recentemente no Rio de Janeiro. É claro que existem exceções em meio a este panorama generalizado de tolerância moral que compromete a política brasileira, desde suas bases. A cupidez pelo dinheiro público, este acrescido pela diminuição do número edis, gerou este aleijão institucional de que a modesta Câmara de Igarassu é o retrato sem retoques, permitindo continuasse o abuso do nome do querido Santo português, brasileiro por adoção, para convalescer uma irregularidade mascarada pela alegada doação dos recursos pagos a ele a uma entidade beneficente. A pantomima teve fim com a intervenção enérgica de uma promotora.

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