quarta-feira, 2 de julho de 2008

Afogamento no mar de lama II

. O título pode parecer demasiado para descrever o volume da corrupção e violência que contaminam o organismo nacional, diariamente expostas em sua nudez e dimensão pelos meios de comunicação. O mais doloroso, porém, é o maior volume desse mal infestando o setor público. Dele não estão livres o Poder Judiciário, o Legislativo e o Executivo. Alastra-se na sociedade. Explodem as denúncias todos os dias, envolvendo parlamentares, juizes, militares, ministros, chegam até os órgãos de segurança, numa repetição enfadonha e entristecedora para os brasileiros e agressiva à sua consciência de cidadania. É profundamente chocante para a opinião pública tomar conhecimento de parlamentares, eleitos para representá-la, envolvidos em negócios escusos, traficando drogas, dirigindo organizações criminosas, ou quando tem notícias de juizes mercadejando sentenças, libertando presos de alta periculosidade pela sedução da propina ou apropriando-se indevidamente de recursos públicos. E quase todos, parlamentares, magistrados, homens do governo, fazendo da coisa pública um negócio restrito à unidade familiar pelo deslavado nepotismo. O Brasil está necessitando de um tratamento de choque em suas elites, inclusive a dirigente, de onde partem os péssimos exemplos de corrupção e de desapreço à lei. Tudo por dinheiro, essa febre avassaladora a todos dominando e que impulsiona na busca de posições para fruição de vantagens e ostentação das vaidades, reflexo da crise de dignidade que assola o país. A rapinagem tem sido a norma. O golpe uma constante. É chegada a hora. Há homens de bem no país e muitos deles governando, legislando e julgando. É necessário comandem um movimento que impeça o país de se afogar nas profundezas do mar de lama.

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