domingo, 27 de julho de 2008

O "nariz de judeu" e a política em Minas I

O governador Aécio Cunha, pelo êxito de sua gestão, tem que se acautelar. Estão lhe armando “um nariz de judeu” na disputa em BH. Relembro-lhes este prosaico artefato, até hoje usado nas velhas igrejas barrocas e nos templos coloniais de Minas. O conhecido "nariz de judeu", também identificado em alguns lugares como "munheca de judeu", é um apagador de velas com a forma de nariz adunco, preso na ponta de uma pequena vara e acionado pelo sacristão ao término dos ofícios religiosos, para extinguir a chama dos círios que iluminam os altares. Ganhou o apelido pela sua aparência. Foi inspirado na singular serventia desse aparelho que Milton Campos construiu um de seus magistrais conceitos com que apreciava os homens e as coisas, não sem apimentá-los com sua fina ironia. "A política em Minas é o império do "nariz de judeu", proclamava com malícia o saudoso homem público. Assim também pensava Francisco Campos, o "Chico Ciência", uma das mais luminosas inteligências nascidas nestas Gerais em todos os tempos. Quando estreou na Câmara dos Deputados, discursando em meio ao vozerio de parlamentares, Gilberto Amado ao ouvi-lo bradou aos seus pares: "Senhores deputados, ouçam! Não é apenas um orador que está falando; é uma aurora que está surgindo".

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