segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A escalada descendente da ética III

. No Império e na Primeira República, o mandato de vereador ou de conselheiro municipal era prestação voluntária de serviço público, dando ensejo a que fossem sempre selecionados os melhores, o que, infelizmente, não tem acontecido desde o infortunado momento histórico da transformação do mandato de vereador em sinecura. Estou de acordo se alguém objetar que existem exceções espalhadas pelo Brasil afora. Elas existem apenas para confirmar a regra geral da crescente degradação das edilidades e de seus componentes. O dado mais grave e preocupante nesta infeliz decisão senatorial foi o ter tornado sem efeito anterior deliberação do Tribunal Superior Eleitoral, mandando suprimir aproximadamente nove mil vagas nas câmaras municipais. Pior ainda foi não ter restabelecido a tradição republicana de fazer do mandato de vereador uma ação voluntária, a que certamente dela se acercariam os cidadãos interessados em servir a comunidade e o povo, sem transformar o mandato, como acontece nos dias de hoje, numa verdadeira e rendosa sinecura. O caso do vereador da cidade de Patos de Minas que colocou os cargos de sua assessoria em concurso público, demonstra bem o quanto estas coisas se deterioraram no país. O velho Senado agiu contra o Brasil.

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