domingo, 1 de novembro de 2009

O sermão eleitoral do Padre Francesco (crônica) II

. Sua paróquia era de grande extensão territorial. Ajudado pelas espórtulas, a que somou algumas liras mandadas pela família italiana, o vigário comprou um gipão para percorrer semanalmente todas as capelas e igrejas dos povoados e dos distritos. Levava sempre sua boa palavra aos paroquianos. Não gostava de política. A ojeriza a esta atividade inibia-o em qualquer assunto envolvendo temas administrativos ou partidários. Mas a todo momento era tentado por essa coisa endemoninhada. Todos os partidos procuravam seduzir o jovem cura. A importância de seu apoio ou até mesmo uma palavra de simpatia estavam evidentes pelo prestígio que angariou em pouco tempo de missão sacerdotal. Em meio à vida espartana que levava, adquiriu o hábito de almoçar todos os domingos na casa do seu Juvêncio. Isto cimentou sólida amizade com seu anfitrião domingueiro. Dele e de dona Emerenciana tornou-se compadre, homenageado com o apadrinhamento do Juvencinho. Serviam-no capitosas doses de vinho.

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