domingo, 25 de outubro de 2009

A inapagável ironia do tapete vermelho III

Enquanto a guerra deflagrada no Rio de Janeiro despe a imagem do Cristo Redentor no Corcovado, vendida ao mundo para abençoar a escolha da bela cidade como sede das Olimpíadas em 2016, o presidente da República instala seus antecessores na presidência como membros de uma laia, palavra que Houaiss coloca como sempre usada em sentido pejorativo. Meteu no mesmo balaio Juscelino, Vargas, Rodrigues Alves e tantos outros que ajudaram a construir o Brasil, que o presidente da República, em sua incorrigível megalomania, pensa ter começado com ele. Todo este cenário começa a causar grande tristeza na população ao assistir impotente ao desbaratamento das instituições, às agressões à lei e à Constituição, ao deboche institucionalizado e a este triste espetáculo de fanfarronice governamental pago com o dinheiro do contribuinte. O puxa-saquismo que toldou a visão de Lula, ao fazê-lo desprevenidamente caminhar sobre o tapete vermelho, sem o desejar criou o símbolo que vai dominar a disputa eleitoral, especialmente pelo seu toque de farsa. O presidente da República tem sido hoje, sem dúvida, a figura mais usada nas charges humorísticas, carregadas de ironias. Jamais alguém o superou ou superará, pois de nada poderá fazer seu poder, incapaz de cercear a liberdade dos oprimidos na criação das caricaturas.

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