segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O famoso Capitão Pedro e o "violino". III

Tomei o avião até Valadares, indo imediatamente à procura do já mitológico Capitão Pedro, que me aguardava. Recebeu-me com a habitual cortesia, apesar da fisionomia severa, em seu local de trabalho, em cujo cabide estava dependurado o famoso chapéu que se tornou marca indelével de sua figura. Dei-lhe conta de minha missão e as instruções para prosseguir viagem até o objetivo final, em conversa a que não faltaram algumas crônicas de sua já reconhecida capacidade como policial. Ligado à atividade musical de Belo Horizonte, chamou-me a atenção uma caixa de violino colocada ao lado de sua cadeira, de onde não mais despreguei os olhos mordido por natural curiosidade de encontrar, naquele gabinete de homens duros, instrumento sempre tocado por mãos suaves. Antes de me despedir, não resisti à tentação de perguntar: “Capitão Pedro, o senhor toca violino?”. Sem dizer palavra, apanhou a caixa atrás de sua cadeira, colocou-a sobre a mesa, abriu-a e, para minha surpresa, havia dentro uma metralhadora. Era atitude de vigilante prudência de quem estava sempre na mira da vindita dos bandidos que colocou na cadeia.

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