segunda-feira, 4 de maio de 2009

O falso palco iluminado I

O triste e melancólico fim da CPI dos Grampos, criada para investigar as violações telefônicas, sigilos bancários e práticas demonstrativas de verdadeiro estado policial em que vivemos no Brasil, provou que este importante instrumento parlamentar perdeu totalmente sua importância nos dias atuais. Dizia Oscar Wilde que “o mundo é um grande palco. Pena seja o enredo tão ruim”, definição que caberia como luva ao espetáculo propiciado pelos componentes desta e de outras CPIs instaladas no Congresso. Normalmente, a instalação de uma comissão e inquérito rende àquele que a requereu instantes de efêmera glória publicitária. Projeta sobre ele as luzes da grande mídia. Passados os primeiros momentos da ação dos torquemadas, o assunto vai caindo na rotina até que o desinteresse retira da pauta o tema que lhe deu causa e a maioria de seus integrantes volta ao anonimato. Um admirável instrumento de fortalecimento da instituição parlamentar transformado em pantomima para dar pasto à jactância daqueles distanciados do cumprimento dos estritos deveres do mandato.

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