segunda-feira, 4 de maio de 2009

O falso palco iluminado III

Lembro-me da sessão do Senado em que se comemorava o centenário de Milton Campos. Não havia um só jornalista na bancada de imprensa. Todos haviam se dirigido a uma comissão de inquérito, onde o depoente, pasmem todos, merecia mais atenções do que o imortal homem público brasileiro. Tudo isso em meio ao himalaia de problemas colocado diante dos congressistas brasileiros, muitos perdendo tempo com parvidades e contribuindo para degradação da importante instituição legislativa, em pleno processo crítico com o deslavado episódio das passagens aéreas e seu nefando comércio. As CPIs são fundamentais para o funcionamento do Poder Legislativo. Algumas, levadas a sério, produziram excelentes resultados, principalmente as que trabalharam no silêncio produtivo dos debates, não merecedores de honras especiais da imprensa. Esta última que pretendeu investigar os grampos e os abusos cometidos por autoridades do governo, agredindo a letra da Constituição Federal, foi um retumbante fracasso. O relatório produzido foi lastimável e lavrou a sentença de morte deste instrumento legislativo. Foi um falso palco iluminado

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