domingo, 17 de fevereiro de 2008

De novo, Elio Gaspari

"Passou o tempo, e a Ordem acumulou atividades. Tornou-se administradora de imóveis, colônias de férias e mesmo parceira em programas de geração de emprego. Sustentada por contribuições compulsórias dos advogados, ela movimenta mais de R$100 milhões por ano e blinda suas contas ao exame externo".
Comentário meu: tudo muito triste.

Julgamento severo

De Elio Gaspari, pelos jornais de hoje: "O que parece ser uma crise institucional entre um tribunal superior e a OAB é mais um episódio de desgaste de uma instituição coberta de glórias de outrora. Houve a Ordem dos Advogados de Vítor Nunes Leal, Miguel Seabra Fagundes e Raymundo Faoro. Sua história confundiu-se com a defesa das instituições, das prerrogativas dos advogados e os direitos dos indivíduos. E só. Seu mérito esteve na militância restrita.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

A Agonia da República IV

Esta desculpa de que gastos realizados na área da presidência da República são assunto de segurança nacional, portanto submetidos a sigilo, torna ainda mais sensível à opinião pública a dimensão do assalto praticado contra os cofres públicos. Prestação de contas de governantes não está sujeita a sigilos de conveniência. Toda ela é aberta aos olhos da sociedade, pela simples razão de que é a aplicação do tributo arrecadado aos contribuintes. O governo e seus ministros estão matando a República com sua omissão delituosa, permitindo este assalto ao dinheiro arrancado dos milhares de brasileiros, até mesmo daqueles que continuam vegetando na pobreza e na miséria, conseqüência dos desvios de conduta moral dos governantes. A República agoniza no Brasil.

A Agonia da República III

Em caso de tamanha gravidade, os plenários das Casas do Congresso não substituem a Nação. Entregar o comando de uma comissão de inquérito aos apaniguados do governo, com a missão de apurar desvios de conduta moral de seus próprios membros, é não apenas cobrir a face da nação de ridículo, mas submetê-la ao opróbrio. Nunca na história deste país a corrupção foi tão gravemente perniciosa, uma espécie de impressão olfativa que se insinua por todo o organismo, uma forma de metástase deste câncer moral que avassala a nação de uns tempos a esta data. O que parecia uma atitude típica de despreparados para o exercício de funções públicas, assumindo o uso de cartões corporativos para pagamento de despesas pessoais, está se transformando em escândalo de inéditas dimensões, contaminando o governo como um todo e tendendo a se espalhar amplamente pelo sistema governamental.

A Agonia da República II

A cada novo dia, mais escândalos em torno dos chamados “cartões corporativos”, nada mais nada menos do que uma gazua inventada por esquerdistas ao se apossarem do governo e transformada em pé de cabra para arrombar os cofres da União. Tudo feito sem qualquer constrangimento. Agora os senadores e deputados brincam de organizar comissão de inquérito para apurar o escandaloso envolvimento dos governistas no assalto aos bens públicos e pretendem entregar seu comando aos membros das hostes palacianas, como se comissão de inquérito, em parlamentos sérios, houvesse deixado de ser instrumento oposicionista. O Brasil está à véspera de assistir ao mais triste espetáculo de bufonaria política. Permitindo-se os parlamentares a execução desta farsa, todos estarão irremediavelmente lançados na vala comum da desmoralização. O ridículo cobrirá suas faces e deles exigirá satisfação a opinião pública quando chamada a opinar

A Agonia da República I

Como estamos na semana do quadricentésimo aniversário de nascimento do Padre Antônio Vieira, nada melhor do que iniciar esta crônica com algumas de suas palavras, proferidas no Sermão da Primeira Dominga do Advento, pregado na Capela Real no ano de 1650: “O salteador na charneca com um tiro mata um homem; o príncipe e o ministro com uma omissão, matam de um golpe uma monarquia”. Transpostas para o cenário brasileiro de hoje, poder-se-á repetir Vieira afirmando que o Presidente da República e seu ministério estão levando a República à ruína por força de imperdoável ação e omissão e, pior ainda, por permitirem a organização de verdadeiras quadrilhas dentro do sistema de poder para se locupletarem. Não se tem notícia na história do Império ou da República de tamanha desfaçatez, de tão despudorado comportamento de homens de governo assumindo a coisa pública como se fora propriedade privada. A maré montante dos escândalos ameaça submergir a República.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Lembrando Sérgio Porto e o Febeapá de Ponte Preta

O Ministro Temporão, que ganhará em breve o título de campeão do Febeapá (Festival de Besteiras que Assola o País) do célebre Stanislaw Ponte Preta, Sérgio Porto, pelas gafes que comete, decoradas com sua vasta e bem arrumada cabeleira e por combater a tentativa da Igreja de Pernambuco contra a distribuição de pílulas abortivas, ao dizer quer com essa atitude a Igreja está se afastando dos jovens. Quanto engano do Ministro, que não consegue combater a febre amarela e a dengue, espalhadas por todo o Brasil, mas exibe-se como vitorioso ao disseminar milhões de camisinhas, até nos grotões, e com elas o vírus contaminador da imoralidade pela televisão e o rompimento dos últimos grilhões da compostura inerente a todo governo sério. Quem está se distanciando da mocidade é o governo, que dela não cuida em dar-lhe uma boa educação e boas escolas.

Governo e imoralidade

Convenhamos nós que o uso da liberdade nunca deixou de estar condicionada ao interesse social, respondendo pelos excessos quem os pratica. O que não deve ser permitido ao governo, com os recursos arrecadados da população composta de conservadores e reacionários, tanto quanto progressistas, etc., é colocar no ar uma publicidade ostensivamente imoral e inadequada aos padrões educacionais com que pretende conduzir as mocidade brasileira

Conservador e reacionário

. Se qualificarem o texto de reacionário, pouco importa, pois o vocábulo saiu um pouco de moda, pelo simples fato de que quem o usa para desqualificar o interlocutor passa a se situar no terreno baldio do irracionalismo fracassado, pela incapacidade de escapar de seu obscurantismo medieval, errando como todo preconceituoso. Chamar de conservador aquele que postula pela manutenção dos valores em que foi construída a sociedade civilizada, tem seu uso recorrente, às vezes até como insulto político. Mas em sua maior parte como sinônimo de propósitos legítimos para a civilidade e a moralidade social. Assim adjetivado, o autor agradece.

Um gigantesco lupanar

. Em verdade, imagine o leitor a hipótese de um estrangeiro que esteja desembarcando no Brasil, vindo de um país civilizado e até mesmo das mais remotas regiões do mundo, contemplando ainda no aeroporto a cena de um policial atirando a um popular uma camisinha, com textos insinuantes à mais ampla liberdade sexual. Depois assistindo na televisão à propaganda governamental sobre o uso da camisinha, uma aberração imposta ao Brasil pelo ministro Temporão, e ao slogan grotesco “bom de cama é quem usa camisinha”, este visitante deverá imaginar que o Brasil é um gigantesco lupanar, um enorme prostíbulo, um bordel de quinta categoria a exibir para o mundo suas mazelas morais.