segunda-feira, 8 de junho de 2009
Romaria a Mariana e Ouro Preto II
Autor de obra poética altamente qualificada, voltada para o permanente e o eterno, infelizmente os tempos modernos não se entregam ao seu culto com a constância exigida pelo significado literário de seu trabalho, que no dizer de Oswald de Andrade “honra não só uma geração como uma pátria”. Ao visitá-lo em julho de 1919, o poeta Mário de Andrade protestava contra a “escuridão” que envolvia Alphonsus, clamando pelos editores da época para que se transformassem em “bandeirantes para descobrir nas Minas Gerais essa mina de diamantes castiços e lapidados, tesouros que Alphonsus guarda junto de si”. Naquele já longínquo dia de 13 de dezembro de 1953, JK proferiu palavras que estão bem vivas na memória dos mineiros ao assinalar que em Mariana “floriu, em cores que jamais serão excedidas, a flor poética que algum dia poderia despontar no dorso destas montanhas severas”, cidade e poeta se compreendendo e se justapondo perfeitamente, “ela se abrindo para ele na simplicidade ingênua dos velhos solares, em cujas sacadas ‘na solidão de sua etérea calma’ a imaginação de Alphonsus vislumbrava o vulto de angélico duende que, entre o silêncio e a paz das suas preces, desaparecia ‘como o sonho de alguém que já morreu’”.
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