quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Machado de Assis escreveu no dia 24/10/1864
A escritora irlandesa Edna O'Brien, visitando o Brasil, entrevistada pela televisão, disse que ficou apaixonada por Machado de Assis quando o leu pela primeira vez. Ela tem razão. Leiam o que o velho Bruxo do Cosme Velho escreveu há 145 anos e se existe alguma semelhança com o hoje em dia:
"É uma santa coisa a democracia - não a democracia que faz viver os espertos, a democracia do papel e da palavras, - mas a democracia praticada honestamente, regularmente. Quando ela deixa de ser sentimento para ser simplesmente forma, quando deixa de ser uma ideia para ser simplesmente feitio, nunca será democracia, - será espertocracia, que é sempre o governo de todos os feitios e de todas as formas".
E ainda na mesma crônica:
"A democracia, sinceramente praticada, - tem seus Gracos e os seus Franklins; quando degenera em outra coisa tem os seus Quixotes e os seus Panças, Quixotes no sentido da bravata, Panças no sentido do grotesco. Arreia-se então a mula de um e o rocinante de outro. Cinco palmos de seda, meia dúzia de vivas, uma fila de tambores, - é quanto basta então para levar o povo atrás de um fanfarrão ao ataque de um moinho ou à defesa de uma donzela".
Parece ou não o Brasil de hoje !!!!!
"É uma santa coisa a democracia - não a democracia que faz viver os espertos, a democracia do papel e da palavras, - mas a democracia praticada honestamente, regularmente. Quando ela deixa de ser sentimento para ser simplesmente forma, quando deixa de ser uma ideia para ser simplesmente feitio, nunca será democracia, - será espertocracia, que é sempre o governo de todos os feitios e de todas as formas".
E ainda na mesma crônica:
"A democracia, sinceramente praticada, - tem seus Gracos e os seus Franklins; quando degenera em outra coisa tem os seus Quixotes e os seus Panças, Quixotes no sentido da bravata, Panças no sentido do grotesco. Arreia-se então a mula de um e o rocinante de outro. Cinco palmos de seda, meia dúzia de vivas, uma fila de tambores, - é quanto basta então para levar o povo atrás de um fanfarrão ao ataque de um moinho ou à defesa de uma donzela".
Parece ou não o Brasil de hoje !!!!!
terça-feira, 28 de julho de 2009
A interrogação
Se no poema de Emílio Moura ele pergunta se são os barcos ou as ondas que dirigem seu barco, no Brasil todo mundo já sabe que o país não tem timoneiro e as ondas conduzem o barco para o desconhecido
Interrogação - Emílio Moura
Sozinho, sozinho, perdido na bruma.
Há vozes aflitas que sobem, que sobem.
Mas, sob a rajada ainda há barcos com velas
e há faróis que ninguém sabe de que terras são.
- Senhor, são os remos ou são as ondas o que dirige o meu barco?
Eu tenho as mãos cansadas
e o barco voa dentro da noite.
Há vozes aflitas que sobem, que sobem.
Mas, sob a rajada ainda há barcos com velas
e há faróis que ninguém sabe de que terras são.
- Senhor, são os remos ou são as ondas o que dirige o meu barco?
Eu tenho as mãos cansadas
e o barco voa dentro da noite.
A impostura das obras inacabadas I
Na metade de 2005, há aproximadamente quatro anos, foi concluída a ponte sobre o rio Fanado, na cidade de Minas Novas. A obra tem 149 metros de extensão por 8,80 de largura, custou ao governo R$ 3.671.922,06, com altura suficiente para acolher as águas do rio com a previsível inundação decorrente da construção da usina hidrelétrica de Santa Rita, no rio Araçuaí, esta inexplicavelmente paralisada depois de iniciada no governo Newton Cardoso e até hoje objeto de inconclusos estudos. Esta ponte sobre o rio Fanado é o perfeito monumento à impostura do poder público e suas obras inacabadas. Situada na rodovia que liga Minas Novas a Virgem da Lapa, no mesmo traçado da estrada de terra feito pela prefeitura municipal na década de 40, depois obra delegada pelo governo federal, objeto desde o seu começo de suspeitíssimas ações de empreiteiros e construtoras, a ponte era indispensável à rodovia cujo asfaltamento está também paralisado na metade do trecho Minas Novas – Chapada do Norte.
A impostura das obras inacabadas II
Na metade de 2005, há aproximadamente quatro anos, foi concluída a ponte sobre o rio Fanado, na cidade de Minas Novas. A obra tem 149 metros de extensão por 8,80 de largura, custou ao governo R$ 3.671.922,06, com altura suficiente para acolher as águas do rio com a previsível inundação decorrente da construção da usina hidrelétrica de Santa Rita, no rio Araçuaí, esta inexplicavelmente paralisada depois de iniciada no governo Newton Cardoso e até hoje objeto de inconclusos estudos. Esta ponte sobre o rio Fanado é o perfeito monumento à impostura do poder público e suas obras inacabadas. Situada na rodovia que liga Minas Novas a Virgem da Lapa, no mesmo traçado da estrada de terra feito pela prefeitura municipal na década de 40, depois obra delegada pelo governo federal, objeto desde o seu começo de suspeitíssimas ações de empreiteiros e construtoras, a ponte era indispensável à rodovia cujo asfaltamento está também paralisado na metade do trecho Minas Novas – Chapada do Norte.
A impostura das obras inacabadas II
. O reduzido espaço jornalístico é insuficiente para relatar toda a história desta verdadeira obra de Santa Engrácia, entretanto o suficiente para demonstrar a verdadeira e inacreditável farsa em que se transformou este dramático pesadelo para a população da velha urbs, sacrificada em seu valioso patrimônio histórico pela passagem urbana de pesado tráfego, cuja alternativa deveria ser a ponte, depois de 4 anos de sua conclusão ainda com os acessos e cabeceiras interminados. De nada valeram os esforços do DER, do vice-governador Anastasia, do vice-presidente José Alencar, do próprio governador Aécio Neves que, segundo se informa, tratou pessoalmente do caso com o presidente da República, diante da desarrazoada e injustificada inflexibilidade do Ministério dos Transportes, através de seu famoso e controvertido DNIT, até o momento sem oferecer solução para conclusão dos acessos laterais da ponte, objeto de convênio com o DER estadual encerrado em dezembro de 2008.
A impostura das obras inacabadas III
. Os arrematantes da obra, a muito custo, cederam ao DER os direitos de construir os acessos e cabeceiras. Segundo o diretor, o órgão estadual disporia de recursos orçamentários para tanto. Terminada a vigência do convênio entre o DNIT e o governo mineiro, os acessos da ponte ficaram para as calendas, coisas inexplicáveis, em tudo semelhantes à maldição de Simão Pires da lenda portuguesa. O Ministro dos Transportes, segundo se propala, cuida apenas de sua candidatura ao governo de Amazonas. Não sabemos mais a quem apelar, pois o vice-presidente José Alencar, em tempo de exercício na presidência pela viagem do titular, deu ordem por escrito ao teimoso ministro que dela fez letra morta. O assunto está se transformando em verdadeiro deboche, distintivo e paradigma da patarata governamental quando anuncia pela opressiva publicidade oficial a realização de milhares de obras pelo Brasil afora. A simples ponte do Fanando ergue-se como monumento à fraude e à farsa governamentais e transmite aos cidadãos passantes a certeza de que estão abusando de sua boa fé.
A impostura das obras inacabadas IV
O argumento de que a imagem que se fixa na mente e no coração dos que contemplam a grosseira manifestação de descaso para com a população atinge o governo, não modifica o quadro de paralisia administrativa que afeta o governo da República, impondo ao Brasil pela força de uma publicidade custosa e massificante destinada a alimentar o narcisismo inconsequente e a falsa idéia de que o país é um imenso canteiro de obras. Este é o verdadeiro retrato do PAC, transformado em palanque eleitoral, embrulhado com cores falaciosas para enganar e opinião pública. Tudo isto sem os indispensáveis cuidados no controle dos gastos, em sua grande maioria definidos pelo Tribunal de Contas da União como superfaturados. Milhares de pontes sobre os rios Fanados, estradas e prédios inconclusos se espalham pelo Brasil, atestado definitivo da irresponsabilidade governamental.
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