domingo, 23 de dezembro de 2007

Errata

Em minha crônica sob o título R$10 reais, o preço de uma vida, onde se lê "Elogio a sinceridade" leia-se "Elogio da serenidade". Uma distração ao digitar o título do livro de Bobbio.

Boas Festas e Feliz Ano Novo

A quantos me honraram com sua leitura, formulo votos de um Feliz Natal e que o Ano de 2008 seja pleno de paz, segurança e tranqüilidade, extensivos à família. Que Deus esteja com todos e permaneça para sempre.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

transposição do esgoto

O bispo Luiz Cappio deu por encerrada sua greve de fome contra as obras de transposição do Rio São Francisco. Em verdade, o dinheiro que o governo federal pretende gastar nas obras, seria muito mais útil e benéfico à população se fosse aplicado para construir redes de esgotamento sanitário e estações de tratamento nos municípios da bacia hidrográfica. Há quase duas centenas de municípios despejando seus esgotos no São Francisco, que está morrendo pouco-a-pouco. As obras, em começo de execução, servirão apenas para transposição de esgotos. Lamentável.

10 reais, o preço de uma vida

10 REAIS, O PREÇO DE UMA VIDA
* Murilo Badaró – Presidente da Academia Mineira de Letras
Eis o fato: na periferia de Salvador, uma jovem, casada, mãe de dois filhos, sofre ataque de asma e procura uma farmácia para comprar um remédio contra a doença, a famosa bombinha que dispara um jato de broncodilatadores diretamente no pulmão. Vai acompanhada de seu padrasto, que ao chegar à farmácia percebeu haver deixado a carteira de dinheiro em casa. Por sua vez, Viviane tinha no bolso somente 12 reais, enquanto o medicamento custava R$ 22. Corriam os minutos e cada vez mais aflita com o acesso de asma, que se agravava na proporção do aumento de sua angústia, as duas funcionárias da farmácia não atenderam aos apelos da paciente e de seu padrasto, sendo que este se ofereceu para deixar os documentos do carro como garantia de que regressaria com o dinheiro para pagar a despesa. Ao ver Viviane com os lábios arroxeados, sinal de agravamento da crise, desistiu da negociação com as funcionárias da farmácia, colocou-a no carro para conduzi-la ao centro de saúde mais próximo. No caminho e antes de chegar ao hospital, Viviane desmaiou e teve uma parada cardiorespiratória. Era grave a situação e os médicos não conseguiram reanimá-la. O episódio se passou desta forma aqui descrita.
Quem tomou conhecimento do fato foi dominado pela mais intensa revolta, já presente entre os familiares que viveram o drama causado pela insensibilidade de funcionários de um estabelecimento, cujo ramo de negócios, por sua natureza e por lidar com a saúde e a vida das pessoas, tem obrigação e o dever de não cuidar tão somente da questão mercadológica. Em minha longa vida, já ouvi muita gente ser chamada de comunista por protestar contra atos deste jaez, por clamar por vingança contra atitudes de desprezo pela vida humana em favor de lucros demasiados. Como comunista ficou fora de moda, quem protestar contra este desapreço pela vida humana pode merecer qualquer tipo de apodo. Impossível é permanecer calado diante de tamanha brutalidade, produto de uma sociedade cada vez mais massificada pela cupidez do lucro a qualquer preço, até mesmo pelo preço de uma vida. Não se constrói uma nação com comportamentos deste tipo, recebidos com uma indiferença que chega às raias do absurdo. A vida por 10 reais, foi o preço pago por Viviane no infortúnio de não possuí-los em instante dramático de sua pobre existência. Se as empresas têm por obrigação a busca do lucro, como fundamental à sua própria existência, há de se inserir neste conceito um mínimo de resguardo do interesse social, sob pena de cairmos num sistema de capitalismo selvagem, em que a vida humana não merece qualquer apreço. Pessoalmente, revoltado e chocado com o grau de desumanidade do triste episódio que vitimou Viviane, fiquei preocupado em não ouvir um só protesto, uma só voz clamando por justiça, um só político a sugerir providências junto ao governo para sanar este mal em escala nacional. Na sua Autobiografia, Norberto Bobbio sentencia que “o fundamento de uma boa república, mais até do que as boas leis, é a virtude dos cidadãos”, repetida em sua maravilhosa obra Elogio da sinceridade, que deveria ser o livro de cabeceira dos políticos brasileiros. O triste episódio sucedido em Salvador mostra como estamos longe de ser uma boa república, pela ausência de boas virtudes nos cidadãos comuns e nos homens públicos. Ao terminar esta crônica, desejo tributar , ainda que pálida, uma homenagem a um cidadão que possuía aquelas virtudes clamadas por Bobbio. A morte de Efigênio Gomes Pereira empobreceu a cidade de Gouveia e a região mineira do Vale do Jequitinhonha. Criador de sua cidade, a ela devotou toda sua vida como prefeito e soldado sempre entrincheirado na defesa de seus interesses. Tomei conhecimento de sua inumação sete dias após e somente pude oferecer ao saudoso amigo e companheiro de lutas políticas minhas orações e o preito de saudade. Um grande homem. (murilobadaro.blogspot.com)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Democracia funciona deste modo

Bastou tão somente a oposição se organizar e mostrar a face, o governo passou a se comportar civilizadamente. Como era antes, frouxa, descoordenada, vacilante, a oposição permitia ao governo praticar atos de verdadeira delinqüência política. Com a mudança de comportamento, para merecer o respeito da opinião pública, a oposição colocou o governo nos trilhos da lei e da normalidade democrática. Ganharam o Brasil e a democracia.

O Brasil real e o Brasil da publicidade

O processo de lavagem cerebral a que está submetida a população brasileira, provoca este estado de apatia que impede a indentificação da verdade. Com relação à educação, as entranhas do grave problema já vieram à luz. Agora, mais um dado negativo aparece, com o atestado de seriedade de quem o produz, a Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (RITLA): 53,1% dos jovens brasileiros, na idade de 15 a 24 anos, estão fora da escola e 19,9% não trabalham nem estudam. Se considerarmos as camadas mais pobres da população, o número cresce para 34,8%. Como pretender o crescimento do país em face deste quadro desolador? E tem mais números que mostrarei depois, especialmente os da criminalidade entre os jovens.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

As deserções de Cuba

Fico pensando como reagem os adeptos de Fidel Castro e os enamorados do regime comunista de Cuba, ao assistirem às fugas do regime dos artistas e celebridades cubanas em busca de liberdade. No Brasil, por último, foram três artistas que pediram asilo, enquanto nos Estados Unidos são milhares que conseguiram escapar da tirania do poder e da fome.

Entranhas apodrecidas

Com o início dos depoimentos dos envolvidos no famoso episódio do "mensalão", reaparecem aos olhos do país as entranhas apodrecidas do mais espetacular assalto aos cofres públicos, causando novamente asco e revolta na população brasileira.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Conselho de Augusto Meyer

Na contra-capa do livro "Auguysto Meyer, ensaios escolhidos:
"No meu obscuro entendimento, aprender a escrever é aprender a escolher, cheirar, pesar, medir, sacudir antes de usar, apalpar, comparar e afinal rejeitar muito mais que adotar linguarudas famílias de palavras, que atravancam a memória e impedem que a gente se ouça um pouco, nos raros momentos de diálogo e murmúrio subjetivo. Para mim, o escritor é uma espécie de jejuador perpétuo: condenado a transformar toda a exuberância da vida em dois ou três compassos da sua música interior, inatingível na essência mais profunda, jejua à mesa posta dos seus desejos, castigando com cilício as lúxurias do verbo".
Lembrei-me desta citação depois de ler uma petição assinada por jovem advogado, que começa com uma palavra que jamais havia encontrado em minhas leituras.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

A vida por 10 reais

Custa acreditar que uma vida foi sacrificada por não possuir a importância de 10 reais. Uma tragédia que demonstra o grau de insensibilidade que domina os tempos presentes. Vou escrever sobre isto no próximo sábado.

A camiseta de Kaká

Depois de marcar o terceiro gol do Milan contra o Boca Juniors, uma maravilha de tento que somente os grandes craques sabem fazer, Kaká levantou a camisa do seu clube para deixar aparecer a camiseta com a inscrição "I belong to Jesus" (eu pertenço a Jesus). Um gesto de grande beleza e significação e que, partido de um famoso atleta, certamente ajudará a espalhar pelo mundo a crença definitiva em Jesus.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Sobre o Itamarati

Quem nutre velha admiração pelo Itamarati, a casa de Rio Branco e de nossos melhores diplomatas, não pode deixar de ler a carta aberta publicada no Jornal do Brasil, edição de hoje 16-12, enviada ao Ministro Celso Amorim pelo diplomata aposentado Márcio de Oliveira Dias. Um verdadeiro libelo, a pretexto da omissão da Chancelaria brasileira quando da morte do embaixador Mário Gibson Barbosa.

uma estrada pede socorro

Há algum tempo não viajava pela BR 381, por onde trafeguei durante anos ao tempo da militância política pelas regiões sul-mineiras. Fui a Pouso Alegre para o presidir o encerramento XXX Festival de Jogos Florais e a rodovia está pedindo socorro, especialmente no trecho após o trevo de Varginha. O estado da estrada representa um perigo para os motoristas e uma demonstração de desmazelo do governo. Perto de São Gonçalo do Sapucai há uma tímida operação tapa-buraco, que, no ritmo em que vai, certamente tornará necessária outra após as chuvas que estão se aproximando. E tudo isto acontece sem uma voz que denuncie este estado de coisas. O antigo deputado, hoje fora de combate, ressurge em mim com vigor quando vejo estas coisas.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Povo de escravos

Escrevendo sobre os péssimos resultados da educação no Brasil, citei precioso conceito de Olavo Bilac de seu livro Ironia e Piedade, escrito em 1916, quando ao visitar Minas foi ao povoado de Teixeiras e lá encontrou 237 pessoas residentes na aldeia, das quais apenas duas sabiam ler e escrever. Dominado por febre de indignação cívica, lavrou seu protesto com estas palavras: "Não tratamos de criar um público, nem de criar um povo livre. Estamos criando um povo de escravos". Noventa e um anos depois dessa triste constatação do admirável intelectual brasileiro, o Brasil ostenta os piores resultados em matéria de educação, indicando o diagnóstico da mais grave crise que assola o país.

Sintoma de doença grave

Conversando com prestigioso membro da bancada mineira na Câmara dos Deputados, em resposta a uma minha indagação afirmou que o problema existente com relação às dificuldades enfrentadas pelo governo era a quebra de confiança. Em resumo: ninguém confia na palavra do Presidente e muito menos dos seus auxiliares. O sintoma desta doença grave no quadro institucional foi posto à mostra pela carta que o Presidente da República dirigiu ao líder da maioria no Senado, endossando compromissos do Ministro da Fazenda. Aprendemos durante toda a vida que "palavra de rei não volta atrás". Quando o Chefe de Estado é tangido a escrever carta para manter compromissos, praticou erro imperdoável ao sinalizar o fim de seu governo. Perdida a confiança, nada mais resta, senão o jogo bruto do vale-tudo

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Curiosidade: o grito de Tarzan

A nova geração não ouviu nos filmes o famoso grito de Tarzan, imortalizado pelo ator Johnny Weissmüller. Agora a justiça européia decidiu contrariar os herdeiros do escritor Edgar Rice Burroughs, criador do personagem, que tentavam obter os direitos autorais do grito. Agora, tornou-se domínio público e pode ser usado por quem o desejar. Para os de minha geração, apenas uma nota de saudade!

O Rio São Francisco e o frei Luiz Cappio

O Presidente da República disse aos cardeais da CNBB que o governo não pode recuar diante de ato isolado de uma greve de fome. Seria capitulação, que significaria o fim do governo, assinalou o presidente. Ocorre que a greve de fome não é ação isolada de um frade franciscano, mas a representação dramática de um protesto que está preso na garganta de milhões de brasileiros, impotentes para fazer chegar ao centro do poder sua inconformidade. O Brasil corre o risco de ter um mártir criado pela intransigência e teimosia do governo, estrábico diante da realidade de uma situação que está conduzindo um grande curso d'água à morte. É preciso reconduzir o Presidente de volta à razão e ao bom senso

Viva a oposição!

Assim se comporta a oposição numa democracia. Mesmo numericamente reduzida, seu dever é lutar por aquilo que considera de interesse do país. Lutou e venceu, com as palmas da vitória a serem depositadas nas mãos do senador Arthur Virgílio pela sua inexcedível bravura cívica e fidelidade a princípios.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Encontro com a história

As oposições brasileiras têm hoje encontro marcado com a história. Podem capitular ante forças mais poderosas, o que é natural nas batalhas. O que não podem é perder a honra.

Visita a Oscar Niemeyer

Após o almoço na Academia, o Governador Aécio Neves convidou-me a acompanhá-lo ao escritório de Oscar Niemeyer, aonde foi cumprimentar o notável arquiteto pelo aniversário e dar-lhe a notícia do início das obras do Centro Administrativo, para que havia dado ordem de serviço e a recomendação de imprimir às obras o "ritmo de Brasília". Niemeyer estava lúcido e bem disposto, conversando com desenvoltura. Havia me encontrado com ele quando da pesquisa para a biografia de Gustavo Capanema, que Niemeyer ontem recordou para dizer que tudo começou com ele pela indicação feita ao prefeito Juscelino Kubitschek, depois da assessoria prestada ao Ministro na construção do prédio do Ministério da Educação.

Almoço na Casa de Machado de Assis

Convidado pelo acadêmico Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras, acompanhei o governador Aécio Neves no almoço (chamado nordestinamente de "merenda acadêmica" pelo presidente) oferecido em homenagem ao dirigente mineiro e a Minas. Presentes vários membros do sodalício de Joaquim Nabuco, inclusive os mineiros que dele fazem parte atualmente. Vilaça fez breve e inteligente discurso, cheio de verve, recordando a influência de Minas, falando dos homens nascidos em Minas que no passado fizeram parte da Academia, para exaltar, ao final, os últimos atos do governador Aécio Neves em favor da cultura. Em minha já longa experiência de vida pública, jamais vi um chefe de Estado tão comovido e emocionado quanto o jovem Aécio ao agradecer a homenagem que lhe era tributada. Tive o prazer de sentar-me ao lado do futuro presidente Cícero Sandroni, que se empossa amanhã, com quem mantive uma agradável e produtiva charla. Um cenário inesquecível.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A greve de fome do bispo

Começa a inquietar a opinião pública a greve de fome de dom Luiz Cappio em protesto contra as obras de transposição do rio São Francisco. A entrevista do prelado, publicada hoje no Globo on-line, é um libelo irrespondível contra a pressa do governo em iniciar as obras. Diz, entre outras coisas, que o rio está morrendo pelo despejo de esgoto sanitário e industrial em quase toda sua extensão, desde a nascente, sem providências governamentais para salvá-lo. Há algum tempo e em ocasião semelhante, o secretário José Carlos Carvalho, da Secretaria de Meio Ambiente de Minas, deu candente entrevista e manifestou expressivos argumentos contra a transposição. Sua voz está sendo novamente reclamada pelos mineiros que amam o velho Chico.

Dia glorioso para a Academia Mineira de Letras

A Academia Mineira de Letras viveu ontem um dia de glória, não apenas pela honrosa presença do Governador Aécio Neves, do vice-governador Antônio Anastasia e do acadêmico Antônio Cândido, mas pelo lançamento do Prêmio Mineiro de Cultura, em escala nacional, e a entrega do prêmio a Antônio Cândido pelo conjunto de sua obra literária. Na ante-véspera de comemorar seu centenário, no ano de 2009, a Casa de Alphonsus de Guimaraens e de Vivaldi Moreira mereceu a honra de ser transformada em sede do Governo de Minas para o anúncio da láurea que será uma marca do governo Aécio Neves no setor cultural. Nesta luta pela cultura, a AML é combatente de primeira linha.

Modelo de oposição

No meu tempo de parlamento, quando na oposição, a atitude era exatamente igual àquela defendida ontem no Senado pelo Senador Arthur Virgílio. Bravura e coragem na sustentação de seu ponto de vista. Não se dá a mão ao adversário por cima da trincheira. Simplesmente porque a oposição é essencial ao jogo democrático

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Lei de Imprensa

O deputado Miro Teixeira pretende modificar a atual Lei de Imprensa, combatida por muitos setores da imprensa brasileira. O problema é o perigo existente. Consoante os antecedentes deste governo, que pretendeu criar um Conselho Nacional de Jornalismo e acaba de montar uma TV para seu delírio publicitário, está arriscado assistirmos impotentes à construção de uma legislação ainda pior do que a existente. Se não puder deixar a imprensa totalmente livre, submetida apenas aos cuidados do Código Penal para quem praticar os delitos de calúnia, injúria e difamação, melhor não mexer na atual, salvo somente para eliminá-la de vez.

Em quem acreditar?

Se no presidente que luta pela aprovação da CPMF sob o alegação de não ter recursos para a saúde ou no presidente que doa 12 milhões de reais para escolas de samba no Rio de Janeiro!

domingo, 9 de dezembro de 2007

Magistrado severo

Vale a pena ler a entrevista do juiz Fausto Martin de Sanctis, da Sexta Vara Criminal de São Paulo, publicada na Revista Veja. Sua rigorosa atuação colocou na cadeia vários e importantes corruptos e corruptores do país. Modelo a ser seguido, praza aos céus.

Oscar Niemeyer

Na comemoração do centenário do grande artista, o Brasil deve a ele uma profunda reverência.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Suspeita confirmada

Deu hoje na primeira página do jornal "O Globo":
"O Ministério da Saúde planeja contratar cinco mil servidores até 2011 para atingir as metas do PAC da Saúde. O dinheiro da CPMF, porém, não está garantido".

Estréia de coluna no jornal "OTempo"

Durante meio século, sempre tive uma tribuna parlamentar à minha disposição. Abandonando a política, restou-me a crônica jornalística como sucedâneo dela. Hoje, dia 8 de dezembro de 2007, estou fazendo minha estreia como colaborador do Jornal "O Tempo", publicando texto na página de Opinião para avaliação crítica dos leitores.

Silêncio perturbador

Quando Governador do Estado, Magalhães Pinto lançou arrojado programa de construção de prédios escolares, tendo como suporte publicitário o famoso slogan"Minas trabalha em silêncio". Nunca se gritou tanto naquela época para exaltar o silêncio, um dos estereótipos mais característicos da cultura mineira. Otto Lara Rezende dizia com sua fina ironia que "mineiro fala baixo e cobra juros altos". No seu célebre "Ensaio de Caracterização", Sílvio Vasconcelos coloca o silêncio, a discrição, a taciturnidade, como características dos mineiros, que em determinados períodos da história do Brasil colocaram bem alto sua voz em defesa de seus direitos. Agora, diante do grave problema da transposição das águas do Rio São Francisco, ouve-se em Minas um perturbador silêncio e nenhuma palavra organizada em solidariedade ao frade Luiz de Cappio, em greve de fome como solitário protesto contra a violência que se pretende perpetrar contra a natureza. Neste caso e equivocadamente, os mineiros estão levando o silêncio a uma grave deformação de caráter. O velho Chico é uma dádiva de Deus ao nosso Estado e a transposição vai acabar por definhá-lo até a morte.

Embusteiros II

O governo federal, pelo Conselho Monetário Nacional, anuncia a redução de tarifas bancárias. Veja o embuste: vigência somente a partir de abril de 2008. É a primeira vez no mundo que se anuncia redução de preços para vigir seis meses após o anúncio. É bem provável que os iluminados técnicos governamentais estejam pensando que a sociedade brasileira vai acreditar nesta falácia. Os bancos famélicos devem estar dando risadas, trepados na suas montanhas de lucros.

Embusteiros I

O Brasil vive há anos dominado pelo embuste. Comprove: diz o governo que a saúde não pode sobreviver sem o imposto do cheque, criado pelo Ministro Adib Jatene para ser todo entregue à política governamental para tratamento de um país cada vez mais doente. Nada disto jamais foi feito, senão em minguadas parcelas. Você pode comprovar esta verdade se fizer uma visita à porta dos hospitais e verificar como eles estão se assemelhando a pátios de milagres. A CPMF não é mais necessária. O governo tem saldos fantásticos no seu superavit orçamentário. Entregando a ele mais 40 bilhões, serão mais 5 mil ou mais petistas na garupa do governo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Câmaras de horrores

A presidente da Câmara Municipal de Matozinhos, atacada pelo Ministério Público e afastada por decisão do Judiciário, foi erigida em bode expiatório e é, nada mais nada menos, a ponta do "iceberg" oculto nas águas contaminadas da política nacional. Desde que o Presidente Geisel revogou o princípio de que mandato de vereador era gratuito e considerado serviço público, para transformá-lo em atividade remunerada, criou uma vasta sinecura pelo Brasil afora. A gastança prevaleceu mesmo após a redução do número de vereadores, pois ficou mantida a verba destinada ao lesgislativo municipal. O resultado é a gastação e o abuso, assinalados pela contrataçaõ de parentes, de apaniguados políticos e a farra de viagens estereotipada no turismo em Buenos Aires. O zelo do Ministério Público e o rigor do Judiciário no caso de Matozinhos, devem ser estendidos a todos os municípíos mineiros.

Estado do Pará: o fim do mundo

A cada novo dia, as autoridades petistas do Pará apontam para o caminho do fim do mundo quando falam a respeito da decisão de manter uma menor de quinze anos numa cela com quatro barbados. A Justiça puniu a inadverrtida juíza que permitiu tal monstruosidade, que para a governadora e as autoridades policiais daquele Estado são uma rotina no dia-a-dia. Pará: transformado no fim do mundo pela incompetência de autoridades.

um homem de idéias

Para mim não foi surpresa o alto nível da palestra proferida pelo vice-governador Antônio Anastasia numa reunição promovida pela Fundação Getúlio Vargas, a propósito da implantação de seu núcleo em Belo Horizonte. Falando com desenvoltura e serenidade de quem possui inteiro domínio do tema, Anastasia discorreu sobre os problemas da federação brasileira, da crescente perda de poder dos Estados e Municípios, da redução de receitas tributárias e, especialmente, sobre a necessidade de dar à administração pública um grau de cientificidade capaz de assegurar ao poder público a eficiência que a população reclama. Reduziu tudo a uma frase: dar categoria de coisa nobreza ao problema da administrfação pública. Um momento brilhante proporcionado pelo professor Antônio Anastasia.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

falência na educação

Os resultados apresentados sobre o atual estágio da educação no Brasil são lamentáveis. Há dias foram divulgados dados sobre ciências. Ficamos nos últimos lugares no concerto das nações. Agora surgem os resultados de matemática e leitura, com aproveitamento lamentável. Fomos para os últimos lugares entre os piores. No caso da leitura há ainda um acréscimo notável: a grande maioria do alunado, além de ler mal, não consegue apreender o quer leu e muito menos fazer comentários sobre a matéria lida. De nada adianta propagandear resultados, não raro, fictícios de evoluções em outros setores. A base está naufragando e o desenvolvimento nacional sofrendo sérios riscos de não avançar.

A lição da Venezuela

O resultado do plebiscito venezuelano foi útil aos sistemas que buscam o aperfeiçoamento da democracia. Principalmente naquele país, onde o regime democrático tem sofrido repetidos golpes. Os propagandistas de Hugo Chavez, em grande número aqui no Brasil, exaltam seu comportamento e o apelidam de democrata. Ainda falta muito para defini-lo como tal. Para chegar a este estágio de merecer a honrosa adjetivação, o coronel precisa revogar as violências que praticou a partir do momento em que decidiu agir como único poder em seu país. Seja como for, a lição de Venezuela deve ter desestimulado os petistas brasileiros de avançar com a idéia do plebiscito para o terceiro mandato de Lula e colocado no molho as barbas de Evo Morales e Rafael Corrêa.

uai, nenhum mineiro na lista dos melhores

Não apareceu na lista dos melhores do campeonato brasileiro de 2007 o nome de qualquer jogador em atividade nas Minas Gerais. Um sinal preocupante da fragilidade do futevbol aqui praticado. Nem mesmo a torcida do Atlético foi contemplada, tal e qual a do Flamengo. Pelo menos menção honrosa merecia a chamada "força atleticana de ocupação".

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

sic semper tyrannus

Com o voto, as democracia fazem aquilo que na escuridão da história o punhal muitas vezes realizou: acabar com os tiranos. O resultado do plebiscito na Venezuela mostrou, mais uma vez, a força da democracia e do voto popular. Merecem destaque os estudantes venezuelanos, responsáveis pela reorganização da oposição naquele país, antes desmoralizada pelos políticos.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Encíclica papal

Apesar do longo texto, vale a pena ler a Encíclica do Papa Bento XVI pela sua grande atualidade religiosa e também política. Suas observações a respeito dos regimes totalitários são irretocáveis e irresistível é seu dialético chamamento para Deus. Que os padres espalhados pelos grotões saibam dar a ela a repercussão merecida.

rejeição a novo mandato

Não poderia ser mais expressiva a pesquisa divulgada neste domingo pela Folha de São Paulo. Quase 70 por cento dos consultados, espalhados pelo país, mostram-se contrários a um terceiro mandato para o presidente Lula, não obstante estarem seus índices de popularidade ainda altos, especialmente no nordeste. Com a crescente consolidação da democracia no Brasil, fica cada dia mais evidenciado o repúdio a uma tentativa, que, forçada, toma feições de verdadeireo golpe de estado.