terça-feira, 22 de abril de 2008
UM NOBRE GESTO I
A Academia Mineira de Letras, à véspera de seu centenário, acaba de ser agraciada com um gesto nobre e altruísta. Igualmente carregado de sensibilidade cultural e ampla manifestação de cidadania. O grupo empresarial mineiro Sada Transportes, por decisão de seu presidente empresário Vittorio Medioli, acaba de assumir integralmente o patrocínio das obras de remodelação do Palacete Borges da Costa, atual sede da Instituição. Em comentário nestas páginas, o cronista José Maria Moreira abordou com autoridade o significado da atitude de Vittorio Medioli, salientando a circunstância de vir ela ajoujada aos eventos comemorativos dos cem anos de existência de uma entidade que tem prestado a Minas os mais relevantes serviços. Vittorio Medioli, italiano de nascimento e mineiro por adoção, vocação e amor, muito além de sua elevada compreensão para os fenômenos políticos e sociais que ocupam espaço no Brasil de hoje, fornece à sociedade um exemplo de solidariedade num tempo assinalado pelo desinteresse e o silêncio. Seu gesto ficará marcado pela sua grandeza e altruísmo. Fundada em Juiz e Fora no dia 25 de dezembro de 1909, obra de idealistas e cultores da literatura, transferiu-se a Academia para Belo Horizonte em pleno florescer da nova capital, sempre desafiada por problemas de manutenção e custeio que sua longa vida ainda não foi capaz de resolver em definitivo. Em verdade, tornam-se eles pequenos e sem importância diante do idealismo que preside as atividades do sodalício, que encontrou em Vivaldi Moreira, eleito seu presidente perpétuo, um comandante firme e resoluto para dar-lhe nova dimensão espiritual e material, sobrepondo-se com determinação a quantos obstáculos se antepunham ao pleno desenvolvimento institucional
UM NOBRE GESTO II
Fundada em Juiz e Fora no dia 25 de dezembro de 1909, obra de idealistas e cultores da literatura, transferiu-se a Academia para Belo Horizonte em pleno florescer da nova capital, sempre desafiada por problemas de manutenção e custeio que sua longa vida ainda não foi capaz de resolver em definitivo. Em verdade, tornam-se eles pequenos e sem importância diante do idealismo que preside as atividades do sodalício, que encontrou em Vivaldi Moreira, eleito seu presidente perpétuo, um comandante firme e resoluto para dar-lhe nova dimensão espiritual e material, sobrepondo-se com determinação a quantos obstáculos se antepunham ao pleno desenvolvimento institucional. Encontrando no prefeito Otacílio Negrão de Lima um homem de alto espírito e compreensão, recebeu dele como prefeito a doação de sua primeira sede em Belo Horizonte, algumas salas em edifício da Rua dos Carijós. Vivaldi não descansaria até obter para a AML um local compatível com sua importância na vida política e cultural da Capital.
UM GESTO NOBRE III
Para honra minha e precisamente no dia em que me empossava como titular da cadeira nº 29, sucedendo a Gustavo Capanema, Pedro Aleixo, Milton Campos e outros, o governador Hélio Garcia alteia a voz para anunciar a doação do Palacete Borges da Costa. Sucedido por Newton Cardoso, este deu forma final à doação, assinando a escritura definitiva do local para aonde se transferiria a Academia. Vivaldi não se satisfez completamente. Com a ajuda do presidente Itamar Franco, completada pelo presidente José Sarney, construiu o anexo e o auditório onde se realizam as reuniões e os cursos da Universidade Livre. Vittorio Medioli completa as tarefas daqueles benfeitores e se transforma num deles com seu magnífico gesto de nobreza e altruísmo. Eterno reconhecimento lhe será devido.
UM GESTO NOBRE IV
A cada novo dia surgem nos municípios do interior de Minas mais Academias de Letras para acolher os intelectuais citadinos e reunir pessoas interessadas nas boas letras e nas coisas do espírito. Mesmo diante da desorganização e da desordem existente no país, ainda existem pessoas bem intencionadas que acreditam na força das idéias para debelar este terrível estado de coisas. As Academias servem para reagrupar estas forças e elas vão espargindo a sua volta os benefícios de um ambiente sadio e intelectualmente sério. Parabéns às novas academias de letras que se organizam em Minas Gerais, engalanando ainda mais o ambiente cultural propício ao grande brilho das comemorações do Centenário da Academia Mineira de Letras.
domingo, 13 de abril de 2008
O RETORNO DO PELEGUISMO I
A denominada República Sindicalista, que povoou os sonhos de poder de Leonel Brizola, parece estar definitivamente instalada no governo Lula, com adornos e badulaques jamais imaginados pelo caudilho riograndense. Era o devaneio do caudilho gaúcho. As notícias de que o PT favoreceu a entrada de sindicalistas nos principais postos do governo, ladeado pelos seus assemelhados PC do B, PDT, PSB, PPS, em proporção menor que a sua, mostra bem a força que tal esquema adquiriu. Cerca de 45 por cento dos cargos de alto comando dentro do governo estão nas mãos de sindicalistas. Poder-se-á falar na volta do peleguismo, aquela doença nascida no Governo Vargas e que se espalhou endemicamente pelo Brasil, agora apresentando sinais de revigoramento. Nascido no Brasil durante o Estado Novo, regime que perpassou os anos de 1930 a 1945, o peleguismo era parte da política nacionalista de Vargas para manter sob pressão empresas e grupamentos pouco sensíveis às reivindicações dos trabalhadores. Foi criada a figura do “pelego”, dirigente de sindicato cuja missão era apresentar ao governo medidas em favor dos operários, devidamente sensibilizados para entrarem em clima de greve caso não fossem atendidas. Surgiu daí o termo peleguismo, hoje revigorado no Governo Lula, ele mesmo um sindicalista preparado pelo General Golbery para facilitar a desmobilização do governo militar e seu retorno à democracia “gradual e segura”, como apreciava dizer o Presidente Geisel
O RETORNO DO PELEGUISMO II
. No advento do PT cresceram as centrais sindicais. Irmãs xifópagas de inúmeras ONGs, que exercem no governo brasileiro estranha e poderosa influência espacialmente para obtenção de polpudas verbas federais, o esqueleto do sindicalismo brasileiro ganhou musculatura e carnes novas, especialmente após o veto do presidente da República ao artigo de lei que determinava a fiscalização do Tribunal de Contas sobre os recursos compulsoriamente arrecadados pelas centrais. De agora em diante, vão deitar e rolar sobre as verbas generosas tiradas de trabalhadores, que recebem pouco mais de um salário, refratárias a qualquer espécie de controle por parte do governo. É bem verdade que os sindicalistas estão mais fortes que nunca. Conseguiram impedir no curso do atual governo a votação das reformas da Previdência e a Trabalhista, dois setores cuja modernização é imprescindível à prosperidade do país. Causam espécie o volume dos gastos apresentados pelos dirigentes das entidades sindicais e os salários com que são contemplados no governo, não conforme ao grau de preparo dos favorecidos. Em meio a esta generalização com ares de domínio dos pelegos, é provável existirem sindicalistas dotados de preparo técnico para o exercício de funções de governo. Isto não desfigura o peleguismo dominante no regime Lula, tudo feito com as bênçãos, os afagos e os sorrisos de aprovação do primeiro mandatário do país.
O RERTORNO DO PELEGUISMO III
. O Brasil está andado para trás. Os bons sindicatos ajudam a conquista dos direitos profissionais e civis. Esta é a postura ideal, agora manchada pela excessiva afinidade entre partidos políticos e movimentos sindicais, criando embaraço ao livre movimento de ambos. Pelegos em palácios não fazem bem à saúde do movimento sindical, que necessita da mais completa autonomia para fazer prevalecer os direitos da grande maioria. Em regime democrático os sindicatos não podem estar submetidos ao jugo de políticos ou de seus respectivos partidos. A existência desse conúbio não faz bem a ambos. Ao contrário, faz muito mal à democracia. No Brasil, o regime está necessitando de remédios fortes para sua consolidação definitiva, para evitar padeça de crises depressivas ou se enfraqueça a ponto de sua fragilidade tornar-se atração às vocações de caudilhos. Sindicato livre e autônomo é uma bandeira em favor do trabalhador. Sem pelegos ou profissionais da agitação.
terça-feira, 8 de abril de 2008
O FIM DA IMORALIDADE I
A grande maioria da população não deu importância à notícia de que o Tribunal Superior Eleitoral havia cassado o deputado paraibano Walter Brito por infidelidade partidária. Estava ocupada com a mentirada em torno do “dossiê” elaborado pela Casa Civil da Presidência da República, com o claro propósito de intimidar a oposição. O barulho feito sobre este emporcalhado tema, impediu o país de conhecer uma decisão capaz de colocar fim a este estado de sujidade em que se transformou a política brasileira. O deputado trocou de legenda após a histórica deliberação do STJ, assumindo os riscos de incidir na pena a que foi condenado. Deve ter passado pela cabeça do jovem parlamentar a idéia de que nada do que decidem os tribunais é para valer. Aqui em Minas, na última semana, o TRE cassou o mandato de uma vereadora, pelo mesmo motivo. A troca de legenda partidária, a permuta feita pelos políticos por motivos menores, estava se transformando em mancha de opróbrio contra a denominada classe política. Se por um lado, a permissividade legal ensejou a criação de inúmeras legendas, sem programa ou ideologia consistentes, mero arranjo para acomodar situações de beligerância existentes entre candidatos, por outro possibilitou um facilitário ao qual concorreram candidatos de todo matiz, não raro maculados com o sinete da conduta imoral no desempenho de funções públicas
O FIM DA IMORALIDADE II
Por mais denunciasse a imprensa o enorme balcão de negócios em que estava se transformando a vida política nacional, políticos e assemelhados continuavam esperando as melhores ofertas na bolsa de valores da pouca vergonha, onde os governos atuavam com desfaçatez para cobrir as ofertas postas na mesa de barganha. O escândalo assumiu tais proporções até que a Justiça resolveu colocar ponto final nesta imoralidade, baixando normas reguladoras para a fidelidade partidária e prescrevendo punições para quantos se permitissem prosseguir na senda da mais putrefata das atividades, teimosamente persistentes na vida política nacional. A cassação do jovem deputado paraibano e da vereadora mineira são alvíssaras de que o Brasil pode viver um tempo novo na política, especialmente se consolidar o desejo de alguns juízes eleitorais brasileiros de vedar o registro ao candidato que possuir antecedentes criminais ou conduta pouco recomendável para o pleno e moral exercício da vida pública. As cenas exibidas à face da opinião pública brasileira nesses últimos dias são tristemente desoladoras. A mentira tornou-se habitual. O palavreado oco uma norma
O FIM DA IMORALIDADE III
As cenas exibidas à face da opinião pública brasileira nesses últimos dias são tristemente desoladoras. A mentira tornou-se habitual. O palavreado oco uma norma. O Congresso perde seu tempo na discussão de ninharias. Eis o motivo real de haver passado in albis a histórica deliberação do Tribunal Superior Eleitoral, colocando um dique à imoralidade reinante na vida partidária e política brasileira, aumentando as esperanças de surgimento de novos comportamentos por parte dos atores políticos. Decisão de tribunal superior deveria ser terminativa. Todavia, o sistema processual brasileiro enseja ao punido recursos protelatórios, impedindo se perfaça de imediato o exemplo moralizador do julgado. De qualquer forma, temos um notável avanço na direção de uma limpeza ética na política brasileira. Os trânsfugas foram colocados de sobreaviso. Sua hora está chegando
O FIM DA IMORALIDADE IV
O Brasil vive momento difícil. De um lado, os tribunais lançam uma réstia de luz na apavorante escuridão moral que cobre o país, enquanto na arena política e nos setores governamentais vão-se sucedendo os escândalos, os sinais de corrupção, a falência da autoridade, o engodo, o embuste e a mentira como normas de ação. O mais grave é a insensibilidade das lideranças nacionais. Se, pelo menos, tentassem debelar a origem destes males, seria possível prever dias melhores e um futuro mais radioso. Massifica-se a propaganda para anestesiar o país com os números favoráveis da economia, especialmente os indicadores da inflação domada, como se isto bastasse para construir uma verdadeira nação. Enquanto se processa este estratagema de poder, pouco a pouco o povo vai perdendo sua fé nos valores da democracia e se torna presa fácil dos demagogos e amantes do poder autoritário.
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