terça-feira, 3 de junho de 2008

O verdadeiro Plano Real II

. Não é necessário fazer exame de DNA para obter o registro cartorial da paternidade das medidas que garrotearam a subida de preços e deram aos brasileiros a sonhada estabilidade depois de períodos sucessivos de inflação galopante. Governar é saber escolher. Foi a sabedoria e a intuição de Itamar que clarearam sua mente e acionaram seu braço para decretar a morte da inflação, com a adoção de um planejamento até então não testado e sujeito a percalços no curso de sua execução. Se desse errado, como tantos outros que adotaram o nome de seus criadores, ninguém estaria procurando identificar seu autor. Filho feio não tem pai, ao contrário daquele que nasce forte e formoso. No regime presidencialista, de feição quase imperial como é o brasileiro, nada acontece sem a vontade e a decisão do presidente da República. No caso do Plano Real, Itamar soube ouvir, ponderar, auscultar opiniões. Foi iluminado por aquela misteriosa centelha que costuma aparecer aos estadistas quando estão em estado de graça e sintonia com o sentimento do povo. Muitos foram os cérebros privilegiados que consertaram a engenhosa fórmula do plano. Não houvesse uma conjugação de circunstâncias favoráveis, e a principal delas foi a intuição e a capacidade de decidir de Itamar, teríamos mais uma das especulações teóricas, transformadas em livros a aumentar o volume das bibliotecas dos tecnocratas e os arquivos da burocracia. A batalha da inflação foi vencida.

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