segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Minas e os resultados eleitorais

Com a vitória de seu candidato em Belo Horizonte e mais o alto índice de aprovação pessoal e do governo, o governador Aécio Neves se posiciona bem para a sucessão presidencial de 2010. Para que ele atinja esta meta, que se justapõe aos interesses de Minas em ver mudado o eixo da política brasileira, fortemente assentado em São Paulo há vários anos, é indispensável grande coesão dos mineiros, independente de posições partidárias e infensa a antigas lutas políticas que tanto nos desuniram. Unindo Minas, tal como em 1930, 1932 e 1964, nosso Estado será capaz de convencer o Brasil da justeza de nossa posição e do bem que ela fará ao Brasil. Porquê não tentar?

domingo, 26 de outubro de 2008

A história do poema de Drummond

Os antigos moradores se lembram dos idos da primeira metade da década de 60. Belo Horizonte vivia uma crise ampla e profunda. A prefeitura derrubava a arborização da avenida Afonso Pena, os velhos ficus que testemunharam a fundação da cidade. A área arborizada da Igreja de São José era transformada em estacionamento de automóveis. Uma grita generalizada contra uma série de equívocos que a cidade assistia sem protestar. Drummond deles teve notícia e produziu este belo poema, que deve ser sempre recordado todas as vezes em que a cidade estiver em perigo.

Triste Horizonte - Carlos Drummon de Andrade

A publicação anterior não permite boa leitura. Por isto, republico o poema:
TRISTE HORIZONTE
Porque não vais a Belo Horizonte? a saudade cicia
e continua branda: Volta lá.
Tudo é belo e cantante na coleção de perfumes
das avenidas que levam ao amor,
nos espelhos de luz e penumbra onde se projetam
os puros jogos de viver.
Anda!Volta lá, volta já.

E eu respondo, carrancudo: Não.
Não voltarei para ver o que não merece ser visto,
o que merece ser esquecido, se revogado não pode ser.
Não o passado cor-de-cores fantásticas,
Belo Horizonte sorrindo púbere núbil sensual sem malícia,
lugar de ler os clássicos e amar as artes novas,
lugar muito especial pela graça do clima
e pelo gosto, que não tem preço,
de falar mal do Governo no lendário Bar do Ponto.
Cidade aberta aos estudantes do mundo inteiro, inclusive Alagoas,
"maravilha de milhares de brilhos vidrilhos"
mariodeandrademente celebrada.
Não, Mário, Belo Horizonte não era uma tolice como as outras.
Era uma provinciana saudável, de carnes leves pesseguíneas.
Era um remanso, era um remanso
para fugir às partes agitadas do Brasil
sorrindo do Rio de Janeiro e de São Paulo: tão prafentrex, as duas!
e nós lá: macio-amesendados
na calma e na verde brisa irônica. . .

Esquecer, quero esquecer é a brutal Belo Horizonte
que se empavonava sobre o corpo crucificado da primeira.
Quero não saber da traição de seus santos.
Eles a protegiam, agora protegem-se a si mesmos.
São José, no centro mesmo da cidade, explora estacionamento de automóveis.
São José dendroclasta não deixa de pé sequer um pé-de-pau
onde amarrar o burrinho numa parada no caminho do Egito.
São José vai entrar feio no comércio de imóveis,
vendendo seus jardins reservados a Deus.
São Pedro instala supermercado.
Nossa Senhora das Dores,
amizade da gente na Floresta,
(vi crescer sua igreja à sombra do Padre Artur)
abre caderneta de poupança,
lojas de acessórios para carros,
papelaria, aviários, pães-de-queijo.

Terão endoidecido esses meus santos
e a dolorida mãe de Deus?
Ou foi em nome deles que pastores
deixam de pastorear para faturar?
Não escutem a voz de Jeremias
(e é o Senhor que fala por sua boa de vergasta):
"Eu vos introduzi numa terra fértil,
e depois de lá entrardes a profanastes.
Ai dos pastores que perdem e despedaçam
o rebanho de minha pastagem!
Eis que os visitarei para castigar a esperteza de seus desígnios".

Fujo
da ingnóbil visão de tendas obstruindo as alamedas do Senhor.
Tento fugir da própria cidade, reconfortar-me
em seu austero píncaro serrano.
De lá verei uma longínqua, purificada Belo Horizonte
sem escutar o rumos dos negócios abafando a litania dos fiéis.
Lá o imenso azul desenha ainda as mensagens
de esperança nos homens pacificados - os doces mineiros
que teimam em existir no caos e no tráfico.
Em vão tento a escalada.
Cassetetes e revólveres me barram
a subida que era alegria dominical de minha gente.
Proibido escalar. Proibido sentir
o ar de liberdade destes cimos,
proibido viver a selvagem intimidade destas pedras
que se vão desfazendo em forma de dinheiro.
Esta serra tem dono. Não mais a natureza
a governa. Desfaz-se, com o minério
uma antiga aliança , um rito da cidade. Desiste ou leva bala. Encurralado todos,
a Serra do Curral, os moradores
cá embaixo. Jeremias me avisa:
"Foi assolada toda a serra; de improviso
derrubaram minhas tendas, abateram meus pavilhões.
Vi os montes, e eis que tremiam.
E todos os outeiros estremeciam.
Olhei a terra, e eis que estava vazia,
sem nada nada nada".

Sossega minha saudade. Não me cicies outra vez
o impróprio convite.
Não quero mais, não quero ver-te,
meu Triste Horizonte e destroçado amor.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Um poema de Carlos Drummond de Andrade para o eleitor de Belo Horizonte

Não sou eleitor em BH. Voto em minha terra e lembrei-me da poesia de Drummond para homenagear, eleitor de BH, você que domingo vai decidir o futuro desta cidade
Por que não vais a Belo Horizonte? a saudade ciciae continua, branda: Volta lá.Tudo é belo e cantante na coleção de perfumesdas avenidas que levam ao amor, nos espelhos de luz e penumbra onde se projetamos puros jogos de viver. Anda! Volta lá, volta já. E eu respondo, carrancudo: Não. Não voltarei para ver o que não merece ser visto, o que merece ser esquecido, se revogado não pode ser. Não o passado cor-de-cores fantásticas, Belo Horizonte sorrindo púbere núbil sensual sem malícia, lugar de ler os clássicos e amar as artes novas, lugar muito especial pela graça do climae pelo gosto, que não tem preço, de falar mal do Governo no lendário Bar do Ponto. Cidade aberta aos estudantes do mundo inteiro, inclusive Alagoas, "maravilha de milhares de brilhos vidrilhos"mariodeandrademente celebrada. Não, Mário, Belo Horizonte não era uma tolice como as outras. Era uma provinciana saudável, de carnes leves pesseguíneas. Era um remanso, era um remansopara fugir às partes agitadas do Brasil, sorrindo do Rio de Janeiro e de São Paulo: tão prafrentex, as duas! e nós lá: macio-amesendadosna calma e na verde brisa irônica... Esquecer, quero esquecer é a brutal Belo Horizonteque se empavona sobre o corpo crucificado da primeira. (Quero não saber da traição de seus santos. Eles a protegiam, agora protegem-se a si mesmos. São José, no centro mesmo da cidade, explora estacionamento de automóveis. São José dendroclasta não deixa de pé sequer um pé-de-pauonde amarrar o burrinho numa parada no caminho do Egito. São José vai entrar feio no comércio de imóveis, vendendo seus jardins reservados a Deus. São Pedro instala supermercado. Nossa Senhora das Dores, amizade da gente na Floresta, (vi crescer sua igreja à sombra do Padre Artur) abre caderneta de poupança, lojas de acessórios para carros, papelaria, aviário, pães-de-queijo). Terão endoidecido esses meus santose a dolorida mãe de Deus? Ou foi em nome deles que pastoresdeixam de pastorear para faturar? Não escutem a voz de Jeremias(e é o Senhor que fala por sua boca de vergasta): "Eu vos introduzi numa terra fértil, e depois de lá entrardes a profanastes. Ai dos pastores que perdem e despedaçamo rebanho da minha pastagem! Eis que os visitarei para castigar a esperteza de seus desígnios".Fujoda ignóbil visão de tendas obstruindo as alamedas do Senhor. Tento fugir da própria cidade, reconfortar-meem seu austero píncaro serrano. De lá verei uma longínqua, purificada Belo Horizontesem escutar o rumor dos negócios abafando a litania dos fieis. Lá o imenso azul desenha ainda as mensagensde esperança nos homens pacificados - os doces mineirosque teimam em existir no caos e no tráfico. Em vão tento a escalada. Cassetetes e revólveres me barrama subida que era alegria dominical de minha gente. Proibido escalar. Proibido sentiro ar de liberdade destes cimos, proibido viver a selvagem intimidade destas pedrasque se vão desfazendo em forma de dinheiro. Esta serra tem dono. Não mais a naturezaa governa. Desfaz-se, com o minério, uma antiga aliança, um rito da cidade. Desiste ou leva bala. Encurralados todos, a Serra do Curral, os moradorescá embaixo. Jeremias me avisa: "Foi assolada toda a serra; de improvisoderrubaram minhas tendas, abateram meus pavilhões. Vi os montes, e eis que tremiam. E todos os outeiros estremeciam. Olhei terra, e eis que estava vazia, sem nada nada nada".Sossega minha saudade. Não me cicies outra vezo impróprio convite. Não quero mais, não quero ver-te, meu Triste Horizonte e destroçado amor.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A fragilidade dos parrtidos I

Quando o velho Ulisses Guimarães mergulhou para o além nas regiões abissais do Atlântico no dia 12 de outubro de 1992( domingo último completaram-se 16 anos), trazia no sofrido coração a mágoa de ver o início da diáspora que estava ferindo de morte as agremiações políticas, inclusive a que fundou, e à qual deu força e vigor na luta contra o autoritarismo. Em momento de fraqueza, a que estão sujeitos até mesmo os grandes homens, admitiu a supressão do princípio da fidelidade partidária pela via de uma interpretação política da Justiça Eleitoral, Ulisses amargou no fim de sua vida a desventura de assistir ao princípio da fragilidade da agremiação, que agora deu sinais de expressiva vitalidade aos serem apurados os resultados eleitorais do último pleito. Da data do acidente aéreo que o conduziu à eternidade até os dias de hoje, o quadro de dilaceração do sistema partidário brasileiro agravou-se consideravelmente

A fragilidade dos parrtidos II

Não se enganará quem afirmar terem sobrado desse desbaratamento apenas as agremiações ligadas aos estamentos esquerdistas mais radicais. Nunca a oposição foi tão desorganizada, desfigurada e emoliente. Aqui e acolá, alguns dos mais ilustres de seus membros se deixaram seduzir pelo irresistível polo de atração localizado no Palácio do Planalto. Também em outros palácios. Quanto aos demais grupos, com formato aparente de partidos, organizados sob o império de uma lei permissiva, transformaram-se todos em ajuntamentos sem liderança e sem rumo, perdidos no tumulto de um tempo marcado pelo mais deslavado fisiologismo e a falta de convicções.

A fragilidade dos partidos III

O episódio da reeleição e outros de menor repercussão testemunham a falência dos partidos. Todos percebem o fenômeno, mas muito poucos se dão conta dos graves perigos que tal situação acarreta para o regime democrático. Somos, por definição constitucional, uma democracia de partidos, instrumentos criados para exercerem a intermediação entre o povo e o poder. A simples leitura do texto constitucional faz ressaltar sua transcendência. Sem eles não se consolida o princípio basilar do sistema, assentado na soberania popular. Partidos fracos, sem princípios programáticos, destituídos de militantes e seguidores fiéis aos seus postulados básicos não passam de entidades fictícias, acionadas sazonalmente à véspera de eleições para cumprimento da legislação eleitoral. É óbvio o fato de que a crise institucional brasileira, cuja expressão mais eloqüente é a desmesurada hipertrofia do poder executivo, não se localiza apenas na perda de identidade dos partidos existentes ou na sua fragmentação. Ela tem outros ingredientes, tão ou mais importantes, a começar pelas distorções no processo de captação da vontade popular, viciado pela presença deletéria do poder econômico, corrompendo mandatos e mandatários de que esta eleição deu mostras irrefutáveis

A fragilidade dos partidos IV

O Brasil já tem, devidamente registrados, 26 partidos, grupamentos sem rosto e sem princípios, organizados tão somente para permitir candidaturas sem rumo e sem destino, meros entes cartorários para ensejar registros de candidaturas com objetivo de participar do horário eleitoral gratuito. Têm início as discussões para tentar eliminar da vida institucional brasileira o instituto da reeleição, que se mostrou ineficaz e poderoso instrumento de desagregação moral e política. Em país democrático eleição não mete medo. O que assusta é o uso e abuso do poder governamental em favor de candidatos e candidaturas. Muito mais grave, porém, é o fenecimento dos partidos, transformados em amontoados de políticos famélicos, destruindo-se mutuamente até o ponto em que não sobrará quem faça a intermediação entre a população e o poder. Nessa hora, serão entoados os cânticos de réquiem em sua honra e os brados do Dies Irae pelos verdadeiros democratas contra os vendilhões do templo sagrado da democracia.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Senador Alfredo Campos

Foi no Senado Federal que pude conhecer melhor este mineiro de qualidades de inteligência, bondade, espírito público e dignidade na vida pública. Tornei-me seu fraternal amigo e as eventuais divergências surgidas nos debates não turvaram os recíprocos sentimentos afetuosos. Recordo-me bem que Alfredo Campos, dotado de memória poderosa, quando os debates caminhavam para indesejada radicalização, ele pedia licença e declamava um soneto, recolocando as palavras no seu devido lugar. Vai embora e deixa uma grande saudade nos amigos, além de magnifíco exemplo de homem público.

sábado, 11 de outubro de 2008

errata

Desculpem os erros de digitação:
onde se lê tuba, leia-se turba
onde se lê vinha, leia-se vinga

Resposta a um neto em Brasília

O meu neto Rodrigo Badaró, advogado de sucesso em Brasília, indagou-me como estava a eleição em Belo Horizonte. Lembrei-me de uns versos de Castro Alves, que o genial baiano escreveu quando tinha apenas 18 anos e os recitei para seu deslumbramento:

O SOL E O POVO

O povo é como o sol! Da treva escura
Rompe um dia co'a destra iluminada,
Como o Lázaro, estala a sepultura! . . .

O'! temei-vos da tuba esfarrapada,
Que salva o berço à geração futura,
Que vinha a campa à geração passada

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Soneto de Guilherme de Almeida em homenagem aos últimos românticos

Beijos

Não queres que eu te beije! E o beijo é a própria vida:
a invenção mais divina e humana do Senhor;
é o fogo em que se abrasa uma alma a outra alma unida;
é o prólogo e também o epílogo do amor!

A lua beija o mar, nas ondas refletida;
o sol, beijando o céu, reveste-o de esplendor;
num beijo o orvalho alenta a planta emurchecida,
e a borboleta suga o mel beijando a flor. . .

Deixa que o meu amor expanda os seus desejos
beijando os lábios teus sem nunca se fartar!
chega ao meu coração, escuta-lhe os latejos!

A boca perfumada, ó deixa-me beijar!
Porque somente amando é que se trocam beijos
e porque beijando é que se aprende a amar!

A expressiva lição das urnas I

As urnas eletrônicas trazem esta novidade. Produzem resultados logo após as eleições, o que enseja ao observador fazer análise objetiva de suas repercussões políticas. Salta logo aos olhos a incapacidade de transferência de votos de políticos com grande aprovação popular, reforçando mais uma vez velha verdade de que eleição municipal fica resumida ao âmbito territorial e determinada por questões de natureza local, que vão da boa administração, os critérios de honradez, probidade e laços familiares que ainda perduram em sua grande maioria ao clima de emoção gerado pelo candidato

A expressiva lição das urnas II

. O presidente Lula acaba de recolher esta lição das urnas. Depois de permitir fosse sua imagem usada e abusada em todo país, como se sua suposta popularidade e aprovação fossem capazes de arrebanhar sufrágios para candidatos, teve o desprazer de verificar que na cidade de São Paulo sua presença por duas vezes em comícios da candidata petista não acrescentou a ela um só voto. O resultado de São Bernardo do Campo, onde seu candidato foi para o segundo turno, representou outra face desta verdade política. Na cidade de Natal, o presidente esmerou-se em discurso agressivo contra a candidata Micarla Sousa, vitoriosa com expressiva maioria no primeiro turno. Pela mesma forma, aconteceu em várias outras cidades e em outras regiões do país. Se este tipo de influência ficasse limitado somente ao palavrório, poder-se-á argumentar que nenhum mal faz à democracia.

A expressiva lição das urnas III

. No Brasil, infelizmente, este tipo de apoio quase sempre vem acompanhado dos benefícios, regulares e irregulares, da máquina governamental. A prova mais evidente acaba de patentear-se em Salvador, onde a máquina federal eliminou da disputa o candidato ACM Neto para favorecer o atual prefeito, o preferido do ministro Gedel Vieira Lima, contra o escolhido pelo PT. Convém destacar a circunstância de que o presidente Lula permanece 24 horas nos rádios e nas televisões em intermináveis falações, projetando sua imagem ao arrepio das boas conveniências protocolares a que estão submetidos os chefes de estado. Nada disto foi levado em conta pelo eleitorado, que votou segundo suas tendências e convicções. Não cai no agrado do eleitor a figura de candidato nascido nas provetas dos partidos, elaborado nos laboratórios de supostos cientistas políticos com suas esdrúxulas formulações. Pretender tirar ilações para especular sobre o pleito presidencial de 2010 é inútil exercício de vadiagem política. O processo de mutação político-social por que passa o Brasil

A expre4ssiva lição das urnas IV

. Cada eleição tem desenhos próprios, de nada servindo decalcar uma sobre a outra. Mas esta de domingo projetou algo que está se delineando com nitidez: o caráter plebiscitário contra o PT, partido sobre o qual não se projetou a popularidade de Lula. Esta conclusão pode ser retirada do resultado eleitoral da capital paulista e serve bem para demonstrar a justeza do enunciado. Toda a máquina governamental comandada por Lula foi acionada para fazer de Marta a prefeita de São Paulo. O mesmo ocorreu em Curitiba e em Natal, dois modelos perfeitos da prova do distanciamento do presidente de seu partido, colocado a serviço de apetites de poder sem observação das regras republicanas. Todas estas acusações de corrupção e uso despudorado da máquina pública em favor do aparelho partidário, causaram forte impacto na consciência do eleitor. Aparentemente dominado pela máquina publicitária a serviço do governo, reagiu no silêncio da cabine eleitoral e demonstrou mais uma vez a necessidade dos institutos de pesquisa de opinião reformularem seu comportamento. Ninguém transfere voto, especialmente quando a democracia esta ganhando vitalidade e força a cada novo pleito.

sábado, 4 de outubro de 2008

Soneto de Olavo Bilac em homenagem aos da denominada "terceira idade"

VELHAS ÁRVORES
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas . . .

O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!