terça-feira, 14 de outubro de 2008
A fragilidade dos partidos III
O episódio da reeleição e outros de menor repercussão testemunham a falência dos partidos. Todos percebem o fenômeno, mas muito poucos se dão conta dos graves perigos que tal situação acarreta para o regime democrático. Somos, por definição constitucional, uma democracia de partidos, instrumentos criados para exercerem a intermediação entre o povo e o poder. A simples leitura do texto constitucional faz ressaltar sua transcendência. Sem eles não se consolida o princípio basilar do sistema, assentado na soberania popular. Partidos fracos, sem princípios programáticos, destituídos de militantes e seguidores fiéis aos seus postulados básicos não passam de entidades fictícias, acionadas sazonalmente à véspera de eleições para cumprimento da legislação eleitoral. É óbvio o fato de que a crise institucional brasileira, cuja expressão mais eloqüente é a desmesurada hipertrofia do poder executivo, não se localiza apenas na perda de identidade dos partidos existentes ou na sua fragmentação. Ela tem outros ingredientes, tão ou mais importantes, a começar pelas distorções no processo de captação da vontade popular, viciado pela presença deletéria do poder econômico, corrompendo mandatos e mandatários de que esta eleição deu mostras irrefutáveis
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