domingo, 18 de outubro de 2009
A desmoralizante infidelidade IV
Não há nação que resista ao interminável processo de apodrecimento de suas instituições, semelhante ao que ocorre no Brasil. Cessadas as referências balizadoras do comportamento dos cidadãos, ingressa-se no regime do vale-tudo e do salve-se quem puder. Na longa caminhada dos povos pela terra só subsistiram aqueles que seguiram velhos conselhos da prudência e da sabedoria, não esparramando espinhos pelo caminho quando a maioria anda descalça. O espetáculo circense oferecido pelo presidente durante a visita às obras de transposição das águas do Rio São Francisco, desafiando e agredindo a lei eleitoral, provou a tese que venho construindo de que, pela sua incrível capacidade de comunicar e mistificar, o presidente brasileiro é notável animador de auditórios, agora confirmado na cena burlesca da distribuição dos senhas para oferta de casas sorteadas. Só lhe faltam idéias.
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