domingo, 25 de outubro de 2009
A inapagável ironia do tapete vermelho I
Nada mais patético do que a cena em que os empreiteiros da obra de transposição do Rio São Francisco e áulicos estenderam longo tapete vermelho na Vila do Junco, em Cabrobó, para saída do presidente da República do acampamento onde passara a noite em confortável suíte. A peça foi colocada para evitar pisasse o falante líder petista na poeira nordestina, aquela mesma que, segundo ele, esteve presente nos seus dias de infância pobre no estado de Pernambuco. Na pressa de receber aplausos ou subir ao palanque para mais um discurso sonoro, arrebatado e vazio, o chefe de Governo não foi devidamente alertado para o significado daquele tapete para seus adversários, erigido de agora em diante de símbolo da mais chocante ironia e prova da mistificação em que se transformam as viagens que lançam as eleições num vale tudo desajustado à verdadeira democracia.
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