domingo, 24 de agosto de 2008

A fantasia e a realidade eleitoral

O horário eleitoral obrigatório, verdadeira aberração nesta incipiente vida democrática brasileira, traz para os candidatos a ilusória presunção de que, no uso dos poucos minutos atribuídos aos disputantes, podem modificar o curso dos acontecimentos e fatos políticos, especialmente num tempo assinalado pela presença maciça e corruptora do poder público em favor de candidaturas. Esta avassaladora influência dos mecanismos estatais no controle dos órgãos de comunicação, cujos tentáculos abarcam até mesmo os institutos de pesquisa, nunca será suficiente para derrotar ou tornar vitoriosos seus preferidos. A crescente politização da classe média e de amplos setores das várias categorias sociais, permite concluir que somente o debate pode influir em algum eleitor disposto a perder minutos de seu tempo diante do enfadonho espetáculo do horário eleitoral gratuito. A amostragem inicial foi pachorrenta, para não dizer cansativa, margeando o ridículo. O uso das figuras de atuais governantes serviu apenas para desgastá-los. À medida que a disputa se radicaliza, decisões serão tomadas em favor daquele que despertar maior emoção no ouvinte. A lembrança de figuras do passado, não obstante a justa homenagem que se lhes presta, é destituída de qualquer significação política. Ridícula mesmo é a invocação, por parte de alguns disputantes, do compromisso de continuar as atuais administrações, com a promessa de torná-las melhor, sem perceber que a alusão a melhorias acaba por significar críticas veladas aos invocados. Dá a impressão de que a grande maioria não passa de representantes do oficialismo, o que desenha suas campanhas com a indisfarçável marca do ridículo político. Com referência aos jingles não ouvi todos. Farei o possível, mesmo a contragosto, de escutar todos para comparar. O único que consegui ouvir, do candidato do PMDB, deu-me a impressão de verdadeira marcha fúnebre, pelo ritmo, o mau gosto e a falta de vibração. Em nada representou o candidato em sua juventude e entusiasmo.

Um comentário:

Aniel lopes disse...

resumindo.....
os candidatos falam, falam; não entendemos nada e alem de nao entender nada não sabemos a veracidade do seu discurso.