domingo, 20 de dezembro de 2009
A resposta da noiva III
O pai de Cláudio, de nome Anacleto, começou a dar tratos à bola a fim de encontrar uma saída para a involuntária enrascadela em que se meteu o filho. Cláudio lhe garantira que não fora o primeiro. Outros, antes dele, haviam percorrido os mesmos caminhos do prazer com a bela Margarida, que nem um pouco se pejava dos cochichos e mexericos de quarentonas despeitadas e invejosas. O esperto Anacleto resolveu procurar a moça, usando habilidoso estratagema de uma viagem a Belo Horizonte para as compras do enxoval e a oferta de recursos financeiros abundantes. Lograria convencê-la de que era mais conveniente obter um bom regalo em dinheiro a um casamento sem futuro. Margarida cedeu aos acenos da farta pecúnia, aceitando participar da impostura das bodas transferidas para Belo Horizonte. Seu pai desconhecia a cuidadosa e ardilosa conjura. No preciso momento em que o celebrante pergunta se aceitava Cláudio como seu legítimo esposo, um sonoro e retumbante "não" reboou pela nave da igreja. Atônito e perplexo, o severo pai de Margarida sequer reagiu. Apalpou o coldre. Estava vazio.
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