domingo, 4 de janeiro de 2009
A agonia da dignidade na vida pública I
É urgente a necessidade de reação por parte dos homens de bem ainda militando na atividade política. Eles não podem assistir impassíveis e silenciosos à agonia da dignidade na vida pública brasileira, enxovalhada pela maré montante de escândalos que estão horrorizando os cidadãos. Há uma convergência de fatores a justificar a crescente degradação dos costumes, imperantes na atividade daqueles eleitos para representarem os cidadãos e os escolhidos para participarem da administração. Sem qualquer dúvida, a mais eminente delas é a deformação do processo de captação da vontade popular, a partir do sistema de votação proporcional e do abuso do poder econômico nas eleições. As recorrentes notícias da imprensa realizando notável trabalho de assepsia na vida pública brasileira, dando conta da presença cada vez mais acentuada de dinheiro proveniente do narcotráfico, indicam estar o organismo institucional brasileiro padecendo de grave moléstia moral. E não são somente os traficantes a única fonte de financiamento dos pleitos, favorecidos pelo sistema de votação proporcional, transformado em porta aberta à penetração de quantos desejam escapar dos rigores da lei penal com a conquista das imunidades parlamentares.
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