quinta-feira, 13 de maio de 2010

O sinal da cruz dos atletas e o sorriso dos candidatos I

Arrefecida minha paixão pelo futebol e consequentemente pelo Atlético, o hábito de ir a estádio perdeu força. Questão de comodidade, talvez, estimulado pela exibição nas telas das televisões detalhes e ângulos que o espectador não vê nos campos. Se o calor das torcidas deixa certo vazio nas emoções da partida televisionada, verdade é que as técnicas modernas e o aparelhamento sofisticado das emissoras imprimem cenas que exaltam ou degradam o espetáculo. Algo tem me chamado a atenção nos jogos: não há atleta que entre ou saia de campo sem fazer o sinal da cruz, duas ou três vezes como para confirmar sua religiosidade, isto sem falar nos premiados por jogadas de efeito ou autores de gols que levantam os olhos para o céu com as mãos ao alto como em agradecimento pelo prêmio recebido. O impressionante mesmo é o sinal da cruz, praticado à unanimidade por todos que entram ou saem do jogo. Vejo nisto um auspicioso sinal de fé, que, mesmo em momentos tensos e carregados de emoções, ilumina o espírito do atleta como reverência e agradecimento pelo privilégio de ter sido escalado em função de suas qualidades. Se todos exibem o sinal da cruz com natural espontaneidade, o mesmo não acontece com o sorriso forçado dos políticos e candidatos diante das câmaras fotográficas.

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