segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Brasil, país do futuro comprometido I
Há quase meio século, o escritor austríaco Stefan Zweig aqui exilado escreveu Brasil país do futuro, de exaltação ao país que o acolhera. O livro obteve intensa repercussão aqui e no exterior pelo belo hino que fazia de nossas maravilhas. Em natural assomo de civismo, começamos a indagar qual o futuro previsto pelo escritor em fuga do nazismo, se o porvir terá verdadeiramente chegado ou ainda falta muito tempo para atingi-lo completamente. Sem atitude negativista, forçosamente temos de concluir que as predições começam a sofrer constantes adiamentos, tais os fracassos e a conduta dos homens responsáveis pelos destinos da nacionalidade. Os números que os organismos internacionais, especialmente as Nações Unidas, apontam nesta quadra, são verdadeiramente estarrecedores. O Brasil apresenta um dos maiores índices de mortalidade infantil na América do Sul, com cerca de 23 óbitos por mil crianças nascidas antes de completarem um ano, sendo superado tão somente pelo Paraguai e a Bolívia, estes dois campeões do abandono das políticas materno-infantis, sempre vencidas pela miséria e o desgoverno. Se assim é no início da vida, também para seu ocaso o Brasil está vencendo o campeonato mundial da mortandade, sendo classificado pelas Nações Unidas como um dos líderes mundiais de assassinatos.
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