segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Brasil, país do futuro comprometido III
. Se tudo isto é grave, mais danoso ainda é o comportamento do Congresso ao examinar o tema da reforma política, algo indispensável para impregnar de um mínimo de moralidade e seriedade a ação daqueles que buscam o sufrágio popular. Em lugar de cuidar da implantação de medidas que criem óbices ao abuso do dinheiro nas eleições, de criar o sistema de eleição por distrito como único antídoto contra a corrupção eleitoral, de estabelecer regras para financiamento de campanhas, impor em definitivo a fidelidade partidária, nossos ilustrados congressistas buscam tão somente criar uma “janela de infidelidade” que permita o imoral troca-troca de partidos. Um verdadeiro atentado à democracia, agravado agora com a teimosa desobediência da direção da Câmara dos Deputados em acatar a decisão judicial que determinou a perda de mandato de deputado infiel. O adiamento injustificado da reforma tributária e especialmente da reforma política (desta dependem todas as outras para o bem do país) é o anátema mais forte que se projeta sobre os homens públicos brasileiros. Se alguém de posse de sua plena capacidade intelectual imaginar poder vislumbrar o futuro previsto por Zweig, diante do quadro humano em plena desagregação que nos dirige, deverá estar sonhando ou passando por intensa alucinação. Não faltará quem dirá que nada disto tem importância, pois o Brasil acaba de conquistar o título mundial de o mais belo “bumbum” do mundo, com que Deus e a natureza prodigalizaram uma bonita gaúcha. Estamos todos salvos.
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