segunda-feira, 22 de setembro de 2008
A morte da oposição - o fim da democracia II
Em conversa amistosa, certa feita noticiei a reação de um correligionário do PSD do norte de Minas, quando lhe disse que morava com três deputados da UDN. Ele redargüiu surpreso: “como você consegue morar com três udenistas?”. Em troco, dias depois, Taveira dava-nos conta da reação de Adolfo Engel, radical chefe udenista de Alfenas, ao tomar conhecimento de que morava com um deputado do PSD. A retorsão foi a mesma. Relembro este episódio para chamar a atenção dos leitores para esta estranha e nefasta realidade política no Brasil, quando o chefe de um partido de oposição lavra sua própria sentença de morte. Todos aderem ao governo, intimidados com a crescente popularidade do presidente. Não são capazes de organizar força coordenada de ação oposicionista, se não para relembrar os sucessivos escândalos que tisnaram irreversivelmente a imagem do governo petista, mas pelo menos para opor embargos às constantes aberrações apresentadas pelo governo em suas repetidas atitudes. Populares, em níveis semelhantes, foram Getúlio e JK e ambos enfrentaram tenaz oposição.
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