domingo, 14 de setembro de 2008

Réquiem para uma professora da roça, mãe e líder III

. A Lagoa Grande cresceu e em torno de Rosa a unanimidade, reconhecida e proclamada, até o dia em que a perversa política partidária e personalista começou a dividi-la. Aquela mulher, sempre alegre, generosa e acolhedora, foi pouco a pouco sendo vitimada por invencível tristeza e decepção. Mudou-se para Capelinha, de onde continuou prestando aos seus conterrâneos os mesmos serviços. Mas não mais era a mesma. A idade e a doença começaram a combalir-lhe as forças, misteriosamente revigoradas sempre que alguém de sua querência batia à porta em busca do agasalho ou do conselho carregado de sabedoria e prudência. Assim foi Rosa Fernandes Barbosa por toda sua proveitosa vida, em sua pobreza material e riqueza moral que a fizeram líder e guia de uma vasta população, que tanto mais crescia na medida da certeza de encontrar ao seu redor o amparo e o conforto de sua palavra e o refrigério das agruras da pobreza.

Nenhum comentário: